Brasil
tem a menor média de anos de estudos da América do Sul, diz Pnud
Adulto estuda em média 7,2 anos; MEC
contesta e diz que média é 7,4.
ONU divulgou dados do Índice de
Desenvolvimento Humano nesta quinta.
A média de escolaridade no Brasil, um
dos critérios educacionais que o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud) leva em conta na elaboração do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), é de 7,2 anos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (14)
pelo órgão. Ela permaneceu estagnada no Brasil entre 2011 e 2013. O número é o
menor, ao lado do Suriname, entre os países da América do Sul.
O Ministério da Educação contesta os
dados do órgão da ONU. Em nota, diz que os dados da pesquisa são defasados e
que o IBGE de 2011 revelou que a média de escolaridade no país é de 7,4 anos.
Se fosse considerado este índice, o Brasil ficaria à frente de Colômbia e
Suriname na América do Sul. A maior média de escolaridade do mundo é dos
Estados Unidos: 13,3 anos. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
o governo brasileiro vai pedir à ONU a revisão dos dados.
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O estudo do Pnud mostrou também um
aumentou o índice de anos de escolaridade esperados para o Brasil: em 2011, ela
era de 13,8 e, agora, subiu para 14,2. A média de adultos alfabetizados no
Brasil é de 90,3%, segundo o estudo, e quase a metade da população acima de 25
anos (49,5%) tem pelo menos o ensino médio. A evasão escolar no ensino
fundamental no país, de acordo com o estudo, é de 24,3%.
O estudo destacou o aumento de
investimento em educação e destaca ainda o programa de bolsa de estudos do
Brasil e campanhas de alfabetização.
Daniela Costa Pinto, analista de
desenvolvimento do Pnud, diz que o Brasil "tem um passivo histórico na
educação, antes da década de 90 tínhamos um sistema educacional incipiente, que
não atendia. O IDH tende a melhorar mais quando a população jovem virar a
população adulta". Sobre a divergência de dados, ela afirma: "O
objetivo do relatório é a comparação entre países. Os países têm base de dados
diferentes, alguns mais atualizados que outros. Fazemos escolhas metodológicas
difíceis para comparar países e dar um panorama do que acontece no mundo".
No IDH 2013, o Brasil caiu uma posição
e ficou no 85º lugar em uma lista de 185 países. O índice brasileiro, porém,
subiu de 0.718 para 0.730 e continua na categoria "desenvolvimento humano
alto". O IDH é medido em uma escala de 0 a 1 e leva em conta dados sobre
saúde, educação e qualidade de vida, incluindo renda. O país que lidera a lista
é a Noruega, com IDH de 0.955.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH
2013)
PAÍS IDH
2011 IDH
2013
1) Noruega 0.943 0.955
2) Austrália 0.929 0.938
3) EUA 0.910 0.937
4) Países Baixos 0.910 0.921
5) Alemanha 0.905 0.920
38) Barbados* 0.793 0.825
85) Brasil 0.718 0.730
Fonte: Pnud/ONU
*País da América Latina mais bem
colocado
MEC diz que dados estão defasados
A tabela do IDH indica que os dados
educacionais dos países são referentes a 2010 (para a média de escolaridade) ou
às informações mais recentes. Em nota, o Ministério da Educação afirmou que
"os dados utilizados no cálculo são defasados para o Brasil e
diferenciados entre os países" e "apresentam graves distorções devido
aos dados utilizados" nos cálculos do governo.
No caso do Brasil, segundo o MEC, os
dados sobre a média de anos de escolaridade são referentes a 2005, mas dados do
IBGE 2011 citados pelo ministério mostram "um valor de 7,4 anos para a
população de 25 anos ou mais".
Ainda de acordo com o comunicado, os
dados usados pelo Pnud a respeito do anos de escolaridade esperados não levam
em conta as crianças de 5 anos matriculadas na pré-escola, bem como das
matriculadas nas classes de alfabetização. "Ou seja, são desconsiderados
no cálculo cerca de 4,6 milhões de matrículas de crianças brasileiras",
diz o MEC.
Pelos cálculos do governo, considerando
esses números, "o valor correto de anos de escolaridade esperados para o
Brasil seria de 16,7".
Dois importantes indicadores da
dimensão educação, Média de Anos de Escolaridade e Anos de Escolaridade
Esperados, apresentam graves distorções devido aos dados utilizados em seus
cálculos.
SECOM / CPP
Fonte: G1
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