As escolas públicas sempre enfrentaram muitos problemas para garantir sua existência e construir uma estrutura para que os educadores pudessem desenvolver um bom trabalho. Esses problemas permanecem e se agravaram, agora, e se juntam a eles mais alguns, como o crescimento do adoecimento dos professores e a sua deserção da escola pública.
A constatação de não serem escutados quando falam sobre a insuportável rotina escolar, sobre os salários e carreira indigna, sobre não terem acesso a um bom atendimento quanto à saúde, produz em muitos educadores um sentimento de solidão e impotência.
Solidão por sentirem-se incapazes de comunicarem-se, de serem escutados, e, impotência pela falta de solidariedade, pois, ano após ano, não veem suas necessidades serem atendidas.
Essa situação afeta todo o processo educativo.
O papel do educador na escola é fundamental e o seu bem estar, sua saúde física, emocional, psíquica são as bases sobre as quais se assentam a sua força para construir e reconstruir o seu projeto educacional.
Portanto, é impossível separar a saúde do professor do seu trabalho e dos resultados dele esperado. Assim como é impossível construir uma escola pública que forme cidadãos, se o governo e toda a sociedade não se dispuserem a escutar os educadores e priorizar intervenções determinadas pelos seus problemas e pela sua experiência profissional.
Eduardo Viana Junqueira, psicólogo, em texto publicado no portal do CPP
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