Milhares de pessoas protestam em Porto Alegre contra o aumento da passagem![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFAQJaZRJRPXPRufydhKekkKIgYaARouYntP_6gQE43ynH_yhG2hL85UlxpXFgkILPM9HUtL13VqvyQ4hpGgGsssLkAf4hvpySxjHkk9qV51-5CFPJNKRldP7fC9lHoJYTBiHN1YC5mjI/s1600/protesto_aumento_passagem_Carlos-Eduardo-de-Quadros.gif)
Este foi o sétimo protesto realizado desde janeiro contra o reajuste que elevou a tarifa de R$ 2,85 para R$ 3,05
Milhares de pessoas lotaram as ruas do centro de Porto Alegre (RS) na noite desta segunda-feira (1) para protestar contra o aumento da passagem de ônibus. Foi o sétimo protesto realizado desde janeiro, quando começaram as mobilizações contrárias ao reajuste da tarifa – que foi sancionado pela prefeitura no dia 21 de março e entrou em vigor no dia 25 de março, elevando o valor de R$ 2,85 para R$ 3,05.
O ato desta segunda-feira foi o que contou com maior número de manifestantes. A Brigada Militar estima que foram mais de quatro mil pessoas nas ruas, enquanto integrantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público falam em cerca de dez mil participantes.
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Segundo os manifestantes, protesto reuniu 10 mil pessoas em Porto Alegre - Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Descontando as marchas de abertura do Fórum Social Mundial Temático de 2012 e do Fórum Social Mundial Palestina Livre, a cidade não recebia uma manifestação tão grande desde março de 2011, quando mais de duas mil pessoas foram às ruas para protestar contra o atropelamento em massa de ciclistas feito pelo funcionário do Banco Central Ricardo José Neis.
Convocado pelas redes sociais, o protesto teve início às 18h em frente à prefeitura. Bandeiras de partidos políticos como PSTU, PSOL — além de entidades relacionadas a essas siglas, como o movimento Juntos (PSOL) e a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL, ligada ao PSTU) — se misturavam a cartazes e emblemas de outros grupos e coletivos autônomos e apartidários como o Movimento Revolucionário, o assentamento urbano Utopia e Luta e as tradicionais bandeiras pretas e vermelhas dos anarquistas. Também havia um imenso número de pessoas que não tinha vínculo com nenhum movimento ou coletivo e levavam cartazes individuais com mensagens de protesto.
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Questionado sobre a quantidade de efetivo, a Brigada Militar não informou - Foto: Ramiro Furquim/Sul21 |
Agentes da Guarda Municipal estavam posicionados dentro do prédio da prefeitura, enquanto soldados da Brigada Militar patrulhavam os arredores. Ao final do protesto, a reportagem do Sul21 questionou a Brigada sobre a quantidade de efetivo deslocada na operação e foi informada de que o contingente foi “o suficiente”. “Não vou comentar, é uma informação reservada”, respondeu um oficial. A reportagem contou, pelo menos, cerca de 50 soldados do batalhão de choque que acompanhavam o cortejo.
Às 18h40, os ativistas se retiraram da praça Montevidéu, em frente à prefeitura, e iniciaram a marcha pela avenida Júlio de Castilhos. A primeira parada ocorreu no terminal Rui Barbosa, onde se localiza o Camelódromo. Neste momento, os discursos na Kombi branca que transportava os autofalantes relembraram os 49 anos do golpe de 1964.
Os jovens deram uma volta pelo terminal e retornaram à Júlio de Castilhos, por onde seguiram até o túnel da Conceição. Os manifestantes optaram por passar por dentro do túnel, que se converteu em uma espécie de festa com a chegada da batucada. Quem estava no viaduto, observando o cortejo de cima, podia perceber que, enquanto a ala dianteira da marcha ingressava no túnel, a parte final recém começava a sair da avenida Júlio de Castilhos.
Após a saída do túnel, quando chegaram ao início da rua Sarmento Leite, os ativistas liberaram uma das pistas da via para permitir a passagem de uma ambulância, que havia ficado presa no congestionamento gerado pelo protesto. Em seguida, o grupo permaneceu em silêncio durante a passagem pelo hospital Santa Casa, junto à Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Os manifestantes retornaram pela avenida Salgado Filho até a esquina com a avenida Borges de Medeiros, por onde seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa. Lá, realizaram uma assembleia de encerramento do ato e confirmaram a organização de um novo protesto para esta quinta-feira (4), em frente à prefeitura.
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Manifestantes se concentraram em frente à prefeitura, depois saíram em macha - Foto: Ramiro Furquim/Sul21 |
Diferentemente do último ato, no dia 27, quando houve conflito entre os manifestantes e a polícia, desta vez o protesto ocorreu sem maiores transtornos. A marcha seguiu de forma pacífica até o Largo Zumbi dos Palmares. Em alguns momentos, um grupo — que seguia à frente do carro de som e das faixas posicionadas no início da caminhada — soltava rojões, que eram vaiados pela maioria dos ativistas.
Um dos integrantes desse grupo que estava na dianteira da marcha chegou a investir, a socos, contra uma agência do banco Bradesco e um contêiner de lixo na avenida Júlio de Castilhos, sendo igualmente vaiado por outros manifestantes.
Foi confirmado, ainda, que o fotógrafo Ronaldo Bernardi, do jornal Zero Hora, foi alvejado com um ovo no rosto. Ao longo do percurso, os jovens picharam muros, paredes e ônibus com mensagens que exigem a revogação do aumento da passagem.
Fonte: Brasil de Fato
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