A educação no RS não precisa de
reformas, necessita de investimentos e de democracia.
A reforma do
ensino médio, colocada em prática no Rio Grande do Sul exclusivamente para
atender o mercado, foi discutida na tarde desta sexta-feira 19 na Conferência
Estadual de Educação promovida pelo CPERS/Sindicato. O encontro, que está sendo
realizado no hotel Embaixador, em Porto Alegre, continua no sábado 20 com a
apresentação e discussão de resoluções.

Segundo
Elisabete, a partir dos anos 1990 houve um encolhimento industrial o que
provocou o crescimento do setor de serviços. O trabalho formal reduziu e
aumentou a informalidade. Aqueles que se mantiveram no mercado passaram a
operar várias máquinas, acumulando tarefas. Essa sobrecarga de trabalho teve
como consequência o aumento da produtividade e, consequentemente, do lucro.
Neste período,
o ensino também sofreu uma expansão. Isso aconteceu devido à permanência do
aluno no ensino fundamental e pela redução no número de postos de trabalho. O
ensino médio passou a ser requisito para se conseguir emprego. “O ensino médio
deixa de ser direito e passa a ser obrigação”, observa Elisabete. É quando se
verifica um aumento no percentual de alunos que estudam e trabalham. Mesmo
assim existe um elevado número de jovens entre 16 e 24 anos sem espaço no
mercado.
A proposta
apresentada pela Secretaria da Educação tem entre os seus problemas a falta de
democracia. Ela não foi discutida com a comunidade escolar, sendo implantada de
cima para baixo.
Toda a
alteração do currículo, sua divisão em parte geral e parte específica e a
destinação de parte de carga horária voltada a projetos e estágios estão condicionados
à formação de mão de obra semiqualificada e barata, acentuando a desigualdade
social, pois os filhos dos ricos continuarão tendo direito a uma formação que
contemple todas as áreas, enquanto os filhos dos trabalhadores estão sendo
preparados para servir ao mercado.
Foto: André Ávila

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