Cpers
diz que há atraso no cronograma letivo
Tamires Souza
Canoas
- Uma das maiores potências mundiais, o Japão, há
muito tempo descobriu a fórmula do sucesso: a educação. Motivo que faz o país
liderar o ranking da Unesco, que mede o desenvolvimento na área. Enquanto isso,
o Brasil amarga o 88º lugar na lista que inclui 127 nações. Mas como melhorar o
ensino sem professores? O questionamento é de Cleusa Werner, diretora do 20º
Núcleo do Cpers/Sindicato. Segundo ela, nas 36 escolas estaduais de Canoas
faltam de 10 a 20% do número de professores necessário. “Recebemos relatos de
diretores de colégio que esperam desde o 2º trimestre pela substituição de
profissionais afastados. Há até de alunos que nos procuram, preocupados com a
falta de aulas’’, salienta Cleusa.
A 27ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE)
estima que 177 aprovados no último concurso do magistério sejam destinados para
a região que engloba os município de Canoas, Esteio, Nova Santa Rita, Sapucaia
e Triunfo. “Deste total, 68 já estão em atividade nas escolas, através de
contratos temporários, o restante será chamado até janeiro’’, informa a
diretora da 27ª CRE, Lucia Barcelos.
Promessa de solução
Das dez mil vagas abertas no concurso para
professores do Ensino Fundamental, Médio, Educação Indígena e Profissional, 5,5
mil candidatos conseguiram alcançar a média da prova. As nomeações devem
começar no dia 15 de outubro. A previsão é que até o dia 31 deste mês 1,1 mil
sejam empossados. De acordo com a 27ª CRE, até janeiro todos os 177 aprovados
para as cinco cidades da região estarão nas escolas. “Esta é uma iniciativa,
que tem como prioridade a valorização do professor. Posso garantir que as
contratações irão resolver o problema das escolas’’, diz Lucia Barcelos.
Gomes Jardim teme atrasos
Na escola Gomes Jardim, no bairro Estância Velha, a
preocupação é quanto a falta de professores de português, literatura e educação
física. Segundo a vice-diretora, Elnice Lanes, a contratação destes docentes
deve ser urgente. “Há pelo menos cem alunos, de quatro turmas diferentes, que
enfrentam este problema. Está muito complicada esta substituição, porque
estamos esperando há mais de um mês’’, avalia Elnice. A coordenação da CRE
admite que há dificuldades na nomeação por falta docentes na área, mas que está
trabalhando para resolver a situação.
Ameaça aos formandos
Alunos de 3º ano podem não conseguir se formar
dentro do prazo previsto, conforme a direção da escola Gomes Jardim. Sem as
aulas necessárias para a conclusão do curso, os estudantes terão que recuperar
o conteúdo e a carga horária. A diretora do 20º núcleo do Cpers, Cleusa Werner,
afirma que esta situação também ocorre em outros colégios. “Os alunos estão com
medo de não se formar.’’ A Secretaria da Educação defende que este risco não
existe.
Diário de
Canoas
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