Professora Marina Lima Leal
Na última semana, um
jornal da cidade de Canoas publicou a seguinte manchete: “Alunos protestam
contra fechamento de cursos”. Lendo a matéria se pode constatar que a maioria
dos cursos que serão extintos são os de Licenciatura, que estão saindo da lista
de vestibulares de instituições particulares do Rio Grande do Sul. As
universidades alegam que o fechamento se deve à baixa procura.
Os cursos Normais,
que formam professores, também vêm diminuindo assustadoramente. Em Canoas, há
poucos anos estes cursos eram oferecidos em quatro escolas, formando cada uma
delas, até três turmas por ano. Hoje, apenas o Curso Normal do Instituto
Estadual Carlos Chagas sobrevive.
Esta situação vem
ocorrendo nos últimos anos, devido ao fato da profissão vir gradativamente perdendo
o atrativo. As entidades representativas do magistério já vinham alertando há
bastante tempo para esta possibilidade, devido a diversos fatores, que fazem
com que os jovens não desejem mais ser professor.
Uma das principais
causas é, sem dúvida, o baixo salário. Levantamentos feitos por entidades
mundiais, mostram que os professores do Brasil estão entre os mais mal pagos do
mundo.
O novo diretor da
Organização Mundial do Trabalho (OIT) Guy Ryder emitiu um comunicado aos
governos apelando para que adotem estratégias para motivar os jovens a se
tornarem professores. Em países desenvolvidos educadores já recebem por ano uma
renda 17% superior ao salário médio, como forma de incentivar a profissão.
No Brasil tivemos um
avanço importante, resultado de muitas décadas de luta, com a assinatura da lei
que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional, em julho de 2008. Porém,
apesar do Piso atual não alcançar os R$ 1.500,00 para 40 horas semanais, a
maioria dos estados brasileiros, ainda não o pagam, alegando falta de recursos,
no entanto, se a educação fosse realmente prioridade para esses governos, a
realidade seria outra.
Esperamos que, neste
mês em que se comemora o dia do Professor, as autoridades se conscientizem da
gravidade do problema e tomem providências urgentes, para que esta profissão,
essencial para a sociedade, recupere o atrativo, através do pagamento de bons
salários e alto investimento na formação e nas condições de trabalho dos
educadores.
Mais do que
homenagens, precisamos de ações concretas de valorização desta categoria tão
sacrificada, cuja profissão está tão pouco atrativa para os jovens, ameaçando o futuro da educação, por falta de
professores.
O Timoneiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário