Piso do magistério deverá ter aumento
de 9%. Governo gaúcho resiste
Aproxima-se
do fim a validade do discurso de que o reajuste do piso nacional do magistério
é impagável. Depois de um ano de audiências públicas, o grupo de trabalho
criado pela Câmara dos Deputados, integrado por parlamentares e entidades
patronais e sindicais do magistério, apresentou uma proposta de nova fórmula
para a correção da remuneração dos professores. Para encontrar uma alternativa
de bom senso, o elevado índice custo/aluno do Fundeb, hoje em 22%, deverá ser
substituído por um sistema que combina a soma do INPC, próximo de 5,5%, com 50%
do crescimento anual do Fundeb, estimado em 3,5%. A equação aponta o reajuste
de 9% do piso em 2013. Sobre o básico atual de R$ 1.451, haverá um acréscimo de
R$ 130. O piso, então, será de R$ 1.581. A alternativa já está nas mãos do
presidente da Câmara, Marco Maia(PT-RS). O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, receberá o documento formalmente nos próximos dias. Nos bastidores,
o aval do Palácio do Planalto estaria confirmado. O governo Dilma Rousseff não
concorda com a reposição apenas pela inflação, medida pelo INPC. O desafio,
agora, é definir o melhor mecanismo para colocar o índice em prática. Entidades
da educação defendem o envio de uma medida provisória pelo Executivo. Tão logo
publicada pelo MEC, entraria em vigor. Maia lembra que a segunda opção é
apresentar um substitutivo ao projeto de lei que está apto para votação, cujo
texto prevê somente a correção do piso pelo INPC. Seja qual for o meio
escolhido, o tempo é escasso: a alternativa precisa estar aprovada até o final
de dezembro. Caso contrário, outro reajuste de 22%, definido pelas regras
vigentes do custo/aluno do Fundeb, incidirá sobre o piso, tornando-o ainda mais
distante para Estados financeiramente combalidos, caso do Rio Grande do Sul. —
Conseguimos chegar a um entendimento razoável. São boas as chances de avanço —
assegura Maia. Não resta dúvida de que o acordo poderá ser fundamental para o
governador Tarso Genro cumprir a promessa de campanha de pagar o piso. A reação
do Piratini ao acordo desperta curiosidade. Manterá o governo gaúcho a defesa
da correção apenas pelo INPC, sem nenhum aumento real? Ou os 9%, inferiores aos
reajustes já oferecidos a outras categorias, serão aceitos? — Esperamos que o
Tarso reaja bem e recupere os princípios que fizeram dele um dos signatários da
lei do piso — avalia Roberto Leão, membro do PT de São Paulo e presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
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