Contribuição Sindical, a garantia da estrutura sindical no País
No próximo mês, todos os
trabalhadores brasileiros assalariados, coercitivamente, estarão descontando de
seus ganhos a chamada Contribuição Sindical. Ela equivale a um dia de trabalho.
Existem algumas discussões sobre a validade dessa obrigação e até se defende a
sua extinção, como é caso da Central Única dos Trabalhadores, ligada ao Partido
dos Trabalhadores. Mas a maioria de movimento sindical ainda apóia a sua
existência e muitas entidades não sobreviveriam sem ela. Pela lei, ela tem
destinação definida, com prestação de serviços médicos, odontológicos, criação
e manutenção de cooperativas, divulgação dos Sindicatos, enfim para atender
necessidades básicas e importantes dos filiados ou não.A propósito, o
presidente da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias),
José Calixto, produziu um material onde aponta as razões pelas quais se deve
defender a Contribuição Sindical. Pela importância do documento, transcrevemos
sua íntegra, para nossos milhares de leitores.
POR QUE É IMPORTANTE PARA O TRABALHADOR MANTER
A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL?
A Central Única dos
Trabalhadores – CUT tem como uma de suas principais bandeiras a ratificação da
Convenção 87 da OIT, pelo governo brasileiro. Em consequência, pretende
implantar o regime da Pluralidade Sindical, extinguir a cobrança compulsória do
Imposto Sindical, hoje denominado como Contribuição Sindical.
Com essa intenção,
lançou recentemente a campanha em todo o território nacional – “DIGA NÃO AO
IMPOSTO SINDICAL”. Esta campanha serve, literalmente, para enfraquecer a atual
estrutura sindical brasileira, uma vez que suprime receita das entidades
sindicais.
A pergunta que se faz
é: a quem interessa um sistema sindical com reduzido poder de mobilização por
ineficiência de recursos?
É obvio que o fim do
Imposto Sindical contribuirá para a ruína do movimento sindical brasileiro, já
combalido por toda forma de ataques, o que certamente colocará os trabalhadores
em condições precárias, no que diz respeito à manutenção dos direitos adquiridos
e nas relações trabalhistas com os empresários.
A campanha nos parece
capciosa e de má fé, porque seria o mesmo que indagar: quem gostaria de pagar
impostos espontaneamente?
Ao nosso juízo, uma
campanha dessa ordem representa um perceptível desserviço à classe trabalhadora
e ao próprio país, se considerar que campanhas idênticas fossem desencadeadas
com relação a outros impostos.
A CUT, com certeza,
não consultou a sua base sindical. Se o fizesse, iria compreender que estaria
dando um tiro no próprio pé. É notório que a maioria dos seus sindicatos não
deseja o fim da Contribuição Sindical e não pensa, nesse particular, igual à
cúpula diretiva da sua Central.
A campanha fala em
Plebiscito Nacional. Trata-se, mais uma vez, de uma espécie de enganação exatamente
porque Referendo e Plebiscito são prerrogativas exclusivas do Congresso
Nacional, Constituição Federal – Artigo 49 § XV.
Ora, se a receita
proveniente do Imposto Sindical é ofensiva aos princípios da CUT, por que não
devolvê-la à própria fonte contributiva ou mesmo doá-la às instituições sociais
carentes e ávidas por recursos?
Afinal de contas, quem
tem interesse no desmantelamento da estrutura sindical pátria? Com certeza não
são os trabalhadores brasileiros.
JOSÉ CALIXTO RAMOS Presidente da CNTI e NCST
Saúde&Previdênciava
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