
Editada em uma resolução do secretário
executivo do Ministério do Trabalho e atual presidente do Codefat (Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), Marcelo Aguiar, em 10 de
janeiro, a medida já está em vigor e provocou reações. A regra seria reprovada
nesta quinta-feira, quando seria debatida em reunião do Codefat, conselho
formado por representantes do governo, dos empresários e dos trabalhadores.
Anteontem à noite o encontro foi desmarcado pelo governo por "problema de
agenda". "Está mais do que claro que o governo deu uma rasteira em
todos. Pior: arrochou o benefício de quem mais precisa, quem perdeu o
emprego", afirma Sergio Luiz Leite, representante da Força Sindical no
Codefat. Outros conselheiros confirmaram que pretendiam recusar o novo cálculo
do governo e reivindicar mudança na regra.
Em nota, o Ministério do Trabalho
informou que o aumento do mínimo traz um impacto no pagamento do
seguro-desemprego de R$ 2,5 bilhões neste ano e a mudança foi necessária para
"adequar" os reajustes do benefício. "Estima-se que 8,6 milhões
de trabalhadores tenham acesso ao benefício neste ano, um dispêndio em torno de
R$ 30,8 bilhões."
O presidente do Codefat informou, na
nota, que "o valor do benefício não diminuiu nem ficou menor" e que
as faixas que recebem acima do salário mínimo representam 30% dos pagamentos.
"Os 70% que recebem o valor de um salário mínimo não terão nenhuma perda
com a medida do conselho, que tem como objetivo manter o equilíbrio das contas
do Fundo."
As centrais sindicais reagiram à medida
e ameaçam recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para avaliar o tema.
"É verdade, são apenas cerca 2,2 milhões que serão prejudicados,
realmente uma minoria", ironiza Paulo Pereira da Silva, presidente da
Força Sindical.
Com a mudança realizada pelo governo, o
valor máximo da parcela do benefício passa para R$ 1.235,91. "O teto da
parcela do seguro-desemprego foi achatado de 1,87 salário mínimo para 1,82",
afirma Leite.
Fonte: Saúde & Previdência
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