terça-feira, 7 de maio de 2013


O que a garotada está visitando? Perigo na web está dentro de casa

Pesquisa revela o que crianças e adolescentes estão acessando na Internet

Novo Hamburgo  - A amplitude de conteúdos disponíveis na Internet esconde uma série de perigos que vão muito além dos vírus que circulam pela rede. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2012, inédita no País, foi realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic). 

Os dados levantados traçam o perfil de uso da web por jovens de 9 a 16 anos, que servem como alerta para as ameaças a que eles estão expostos. Para se ter uma ideia, enquanto 71% dos pais entrevistados afirmaram que os filhos utilizam a web com segurança, 56% das crianças e adolescentes que têm perfil em alguma rede social apresentam a conta aberta a todos os visitantes ou apenas parcialmente privada. 

Ou seja, as informações que são postadas ali estão acessíveis para inúmeros desconhecidos. Além disso, a pesquisa também mostrou que 23% dos adolescentes entre 11 e 16 anos que já tiveram contato na Internet com alguém que não conheciam pessoalmente, encontraram essa pessoa posteriormente. 

O gerente do Cetic,Alexandre Barbosa, destaca que assim como a Internet abre um leque de novas possibilidades, ela também traz uma série de riscos potenciais aos usuários. “A relevância deste estudo está justamente na função de despertar as atenções de gestores públicos e dos pais para o que as crianças e adolescentes acessam no ambiente virtual, uma vez que eles são a população de Internet que mais cresce no mundo”, afirma. Os dados do estudo foram coletados entre abril e julho de 2012. O livro que compila esta pesquisa será lançado hoje, em São Paulo.

Mundo real versus mundo virtual
Se o virtual atrai cada vez mais usuários, o estímulo a vivenciar o mundo real também deve ser constante, conforme a diretora da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, Luciana de Azevedo. Quem nunca ouviu que esta geração não sabe aproveitar a infância como se fazia antigamente? O questionamento é válido, segundo a psicóloga que chama a atenção dos pais para que busquem atividades e passeios saudáveis fora da rede. 

“O jovem tem que aproveitar as viagens, cumprir os seus compromissos e os pais precisam estar atentos a isso”, alerta Luciana. Ela também destaca a importância do monitoramento dos pais sobre as relações dos filhos. “Alguns buscam a rede por dificuldades de interação pessoal ou criam personagens para falar o que tem vontade e assim se sentem mais seguros”, analisa. 
Como os adultos, muitos jovens entre 9 e 16 anos entram na Internet pelas redes sociais. O que eles desconhecem são os riscos dessa ferramenta, de acordo com a diretora. “Os pais precisam observar o que eles estão fazendo porque as crianças não conhecem as armadilhas que podem surgir”, explica Luciana.

Pais mais atentos para manter a segurança
Para manter os filhos longe das ameaças que circulam pela Internet, os pais precisam estar sempre alerta. O gerente de Tecnologia da Informação do Grupo Sinos e coordenador do Curso Superior de Redes de Computadores da Instituição Evangélica Novo Hamburgo (IENH), Eduardo Santos Back, destaca que uma orientação correta é a principal forma de combater esses perigos. 

As crianças costumam postar em suas redes sociais informações íntimas, como o nome da sua escola, fotos de família e horários em que os pais estão ou não em casa, sem controlar a privacidade das publicações. Isso pode ser facilmente monitorado por alguém”, alerta. Além de uma boa conversa explicando qual deve ser a conduta adequada para usar a Internet com segurança, os pais também podem recorrer aos recursos tecnológicos. 

“Hoje existem programas que limitam o acesso a determinadas páginas. Se o pai não tem muito conhecimento, o indicado é procurar algum profissional da área, para que possa receber instruções e então monitorar a utilização da web pelo filho”, explica.
Monitoramento em casa

Nem sempre o invasor entra nas casas pela porta dos fundos ou por aquela janela mais baixa, de fácil acesso. Hoje em dia, um simples descuido na hora do clique pode causar danos irreparáveis. Para não correr risco e nem expor a família, Rogério Schmökel, 43 anos, fica de olho nas páginas que o filho Matheus Henrique Schmökel (foto), 14 anos, navega. Na casa e no escritório do economista campobonense, locais onde o filho acessa a Internet, algumas páginas são bloqueadas. 

“Eu também monitoro as informações que ele coloca na Internet e dou uma olhada no que ele está fazendo”, conta. Para Rogério Schmökel, a conversa também é indispensável e pode evitar problemas futuros. Matheus segue os conselhos do pai e observa antes de acessar, se o site é confiável ou não. “Tem que estar atento, por que às vezes pensamos que estamos baixando algum programa, quando na verdade é um vírus”, diz o adolescente.

NÚMEROS
Crianças e adolescentes gostam de ficar na Internet. Os percentuais abaixo mostram o que usuários de 9 a 16 anos mais acessam.
- 82% usaram a Internet para trabalho escolar.
- 68% visitaram um perfil/página de uma rede social.
- 66% assistiram vídeos.
- 54% jogaram games com outras pessoas na Internet.
- 54% usaram mensagens instantâneas com amigos/contatos.


Fonte: DC

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