Proposta foi a única apresentada nesta segunda no Rio de Janeiro
Um consórcio formado por Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, e as chinesas China National Corporation (CNPC) e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) venceu nesta segunda o leilão de Libra, realizado no Rio de Janeiro. A proposta foi a única apresentada e garantiu o repasse mínimo de excedente ao governo federal, de 41,65% do óleo produzido.
A divisão do consórcio ficou em Petrobras (10%), Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%), CNOOC (10%). A estatal brasileira tem ainda outros 30% da parcela mínima obrigatória da empresa. O gigantesco campo de 1,5 mil km², situado na bacia de Santos, tem reservas provadas de entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo. Em cinco anos, sua produção poderá alcançar um máximo de 1,4 milhão de b/d, segundo as autoridades brasileiras. Foi o primeiro leilão de um campo do "pré-sal", as gigantescas jazidas em águas ultraprofundas brasileiras descobertas a partir de 2007, sob um regime que concede à Petrobras uma participação obrigatória mínima de 30% na concessão. O modelo, aprovado em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, busca que o Estado obtenha mais dinheiro do petróleo para destiná-lo à educação e à saúde. Protestos Um grupo de 200 manifestantes, em sua maioria sindicalistas que denunciam a "privatização" do setor de petróleo, derrubou na manhã desta segunda-feira uma barreira de segurança nas imediações do hotel foi realizado o leilão. Ele foi dispersado pela polícia com gases lacrimogêneos e balas de borracha. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas nos confrontos. Cerca de 50 encapuzados arrancaram tapumes de alumínio de uma construção para utilizar como escudo e lançaram pedras contra as forças de segurança. Sinais de trânsito foram destruídos e lixo foi queimado na rua. Dois veículos das redes de televisão Bandeirantes e Record foram depredados. Com um carro de som, um porta-voz dos sindicatos petroleiros dizia que as forças de segurança lançavam as bombas de gás contras as pessoas erradas. "Deveriam lançá-las dentro desse hotel, onde se vende o petróleo do país", afirmava. Em meio aos confrontos, várias pessoas seguiam aproveitando o dia de praia a poucos metros do hotel, enquanto vários executivos de terno e gravata entravam no hotel esfregando os olhos devido aos efeitos do gás.
Fonte: Correio do Povo
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