quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Trensurb entra com ação judicial de abusividade contra a greve dos metroviários

Categoria rejeitou nessa manhã proposta feita ontem pela empresa e decidiu manter paralisação

Metroviários rejeitaram proposta feita ontem pela empresa - Crédito: Tarsila Pereira/CPFoto:
Metroviários rejeitaram proposta feita ontem pela empresa - Crédito: Tarsila Pereira/CP
Após os metroviários optarem por manter a paralisação iniciada há cinco dias, a Trensurb decidiu ingressar nesta quarta-feira na Justiça do Trabalho com ação declaratória de abusividade de greve. O objetivo, segundo a empresa, é restabelecer a normalidade dos serviços o mais breve possível a fim de que os usuários não continuem tendo prejuízo.

A direção da Trensurb manifestou perplexidade com a decisão de manutenção da greve, já que a proposta apresentada nessa terça-feira, segundo a empresa, foi construída em conjunto com a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Estado do Rio Grande do Sul (Sindimetrô), com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Em reunião na tarde de ontem, a empresa havia chegado a uma proposta, que foi analisada pela categoria e rejeitada no final dessa manhã, em uma assembleia geral. A oferta era de antecipação da reposição salarial de 2014 de 2% para trabalhadores cujo salário-base é de até R$ 2,5 mil e de 1% para os que recebem de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil.

O assessor executivo da presidência da Trensurb, Carlos Augusto Belolli, fala que a empresa não ingressou antes com ação judicial por acreditar na possibilidade de acordo para o fim da greve. Após a reunião de ontem, porém, ele disse que ficou clara a intenção do Sindimetrô de não negociar, e considerou que o movimento é mais político que trabalhista.

Belolli afirmou que não é possível avançar mais na proposta feita aos metroviários. Conforme ele, uma normativa federal estabelece que o subsídio relativo a planos de saúde seja de, no máximo, 50% por parte da empresa.

Os trabalhadores entraram em greve na sexta-feira passada em razão do reajuste de 45% no plano da Unimed, ocorrido em novembro. Desde então, as composições passaram a circular apenas em horários de pico, entre 5h30min e 8h30min e 17h30min e 20h30min.

Para dar conta da demanda, a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) colocou à disposição 300 ônibus extras diários a fim de atender os passageiros de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Os coletivos estão à disposição dos usuários no Camelódromo, na Praça Rui Barboa, nas paradas de ônibus próximo ao Viaduto da Conceição e na Rodoviária da Capital.

Metroviários podem aproveitar vinda de Dilma para protestar
Na assembleia dessa manhã, os metroviários projetaram um protesto na inauguração da BR 448, a Rodovia do Parque, que vai contar com a participação da presidente Dilma Rousseff. O evento, com local ainda indeterminado – pode ocorrer em Canoas ou na Capital – na manhã de sexta-feira.

Motivo da paralisação, o reajuste do plano de saúde chega a 156% em cinco anos Os trabalhadores entendem que o percentual é abusivo. O presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas, fala, ainda, que a empresa não se mostra flexível em negociar. Ele lembrou, também, que há dois anos, o sindicato pressiona a Trensurb para que negocie o valor do aumento do plano.



Fonte: Camila Kila/Rádio Guaíba

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