domingo, 15 de janeiro de 2012

Tarso defende ajuda da União para o piso




Petista diz que lei atual cria despesas sem contrapartida financeira

O governador Tarso Genro (PT) disse ontem que se o Congresso decidir que o reajuste do piso nacional do magistério será pelo custo-aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o governo federal deverá apontar recursos do orçamento da União para auxiliar os estados. "A lei cria despesas para os estados e muda o conceito de Piso sem a contrapartida financeira. Eu não sou contra. Só que aí pode haver uma decisão do governo federal de fazer repasses aos estados de forma que possam cumprir a lei", assinalou.



A manifestação de Tarso, a primeira após ele ter retornado após dez dias de férias em Cuba, foi feita ontem à tarde no Palácio Piratini, durante uma apresentação para jornalistas na qual ele também falou sobre a seca, repetiu os números do balanço, mostrou projeções divulgados pela Secretaria da Fazenda na última quarta-feira e enumerou os contatos feitos em Cuba que podem render acordos de cooperação ou negócios em diferentes áreas para o Estado.



Desde a quarta-feira, quando o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, disse publicamente que o reajuste pelo custo-aluno do Fundeb inviabiliza o pagamento do piso até 2014, deflagrando uma crise no governo, era esperado que Tarso se manifestasse sobre a polêmica em torno do assunto. O governador fez questão de falar sobre o tema, mas ressalvou que o governo não tem motivos para antecipar o debate. "Não vamos tratar de um eventual reajuste pelo custo-aluno do Fundeb agora porque não é necessário. Primeiro vamos esperar pela votação no Congresso", disse.



O governador também confirmou que o Executivo apresentará neste mês (e não mais no final de fevereiro) uma proposta de reajuste para o magistério estadual, conforme antecipado pelo Correio do Povo na sexta-feira. Mas não quis falar dos detalhes. "Primeiro vamos apresentá-la para o Cpers. Se adiantamos para a imprensa, o Cpers, que já não é muito bem-humorado, amanhã estampa um outdoor mostrando o Pestana (o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana), com nariz de Pinóquio."



Tarso também negou qualquer tensionamento com Tonollier e, diante da insistência dos jornalistas, fez um adendo à fala do secretário. "Ele quis dizer que está se criando uma despesa que modifica o piso. A preocupação do Odir é correta. Porque piso é um patamar mínimo atualizado pela inflação. O resto é aumento real", argumento o governador.

               Correio do Povo 14/01/2012







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