Adiada
votação para alterar sistema de cotas na Ufrgs
Conselheiros pediram vistas e nova
reunião será realizada em 3 de agosto
Após
pedido de vistas à proposta de alterações no programa de ações afirmativas, a
reunião do Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (Ufrgs) foi encerrada, menos de duas horas após o início, na
manhã desta sexta-feira. Estudantes, professores e funcionários alegaram falta
de dados estatísticos sobre o desempenho dos cotistas nos cinco anos do
programa. O objetivo é verificar os números sobre reprovações e evasões, a fim
de avaliar a eficácia do sistema para garantir não apenas o acesso, mas a
conclusão do curso superior.
Assim,
cada representante deverá encaminhar seu parecer até o dia 2 de agosto, para
que no dia 3, em um novo encontro do Consun, a proposta possa ser finalizada e
votada. O reitor em exercício e presidente do conselho, Rui Vicente Oppermann,
explica que a universidade espera essa deliberação para concluir o edital do
vestibular 2013.
A
proposta elaborada pela comissão criada para avaliar o sistema de cotas defende
a ampliação de 30 para 40%, dos quais metade seria destinada a egressos do
ensino público e o restante a autodeclarados negros que também tenham estudado
na rede pública.
O
Diretório Central dos Estudantes (DCE), porém, pede que o aumento seja para 50%
e que haja a desvinculação da questão social da racial, para que os negros
tenham acesso à universidade através das cotas, independentemente de terem
estudado em escolas públicas ou particulares. Eles solicitam também que sejam
excluídos do sistema de cotas os oriundos de escolas militares, que possuem
ensino diferenciado e não são subordinados ao Ministério da Educação (MEC).
Outro
ponto em discussão é a exigência de que apenas quem não possui nenhuma
graduação possa ter acesso à universidade por meio das cotas. A proposta também
sugere a criação de uma Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações
Afirmativas, ligada à Pró-Reitoria de Coordenação Acadêmica. Com o órgão, a
intenção é de que os integrantes tenham autonomia para receber demandas dos
cotistas, realizar o acompanhamento dos alunos e sugerir mecanismos de
aperfeiçoamento ao Conselho Universitário.
Para
concorrer às cotas sociais, os alunos devem ter cursado ao menos metade do
ensino fundamental e todo o ensino médio em escolas municipais, estaduais ou no
Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Os índios também devem ter 10 vagas anuais,
sendo uma em cada curso previamente escolhido junto à comunidade indígena. Após
aprovadas, as medidas terão validade pelos próximos 10 anos.
Fonte: correio do povo
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