de aula
Na adolescência, o desenvolvimento da estrutura óssea e muscular evidencia o desvio de coluna
O desvio da coluna para a direita ou para a esquerda, formando um
"S" ou "C", pode não apresentar sintomas, além de um desvio
postural. Por isso, se o professor observa a postura errada das crianças nas
aulas, pode ajudar a identificar problemas na coluna antes que eles se agravem.
— O primeiro olhar é o do educador, que convive com o aluno no período
escolar e percebe que tem algo diferente na postura dele. Esse diagnóstico é
essencial para evitar que o paciente venha ao consultório com a escoliose em
nível de cirurgia — observa o médico cirurgião ortopedista, Aldemar Roberto
Mieres Rios.
O professor de educação física Wolmar Pinheiro Neto notou algo diferente
em um dos seus alunos da 5ª série.
— Observei que a aluna tinha um ombro mais alto do que o outro e logo
constatei um desvio postural — comenta Neto.
Esse foi apenas o primeiro caso de uma série de outros que passariam
pelo docente: estudantes com escoliose idiopática. A observação de Neto foi
importante para que a aluna tivesse uma vida saudável. Ao perceber algo errado,
o professor alertou a família e sugeriu que avaliassem a situação com
especialistas.
— A escoliose pode aparecer em qualquer idade. Temos que estar atentos,
principalmente no período da adolescência, pois o desenvolvimento da estrutura
óssea e muscular evidencia esse desvio — explica o educador.
Escoliose idiopática
De acordo com o médico Aldemar Rios, as observações do professor são as
mais comuns: diferença na altura dos ombros e do quadril e a presença de
gibosidades, formando um aspecto "corcunda".
A escoliose idiopática é a manifestação de uma doença que pode acometer
jovens em idade escolar, dividindo-se em infantil (zero a quatro anos), juvenil
(cinco a nove anos) e em adolescentes (10 a 16 anos). A causa da deformidade é
desconhecida, embora 30% dos pacientes tenham histórico de algum caso na
família, segundo a Sociedade de Pesquisa em Escoliose.
Meninas costumam apresentar pelo menos o dobro de diagnósticos a mais do
que o público masculino. No entanto, o índice é alarmante para ambos os gêneros.
— A progressão da escoliose pode ocasionar problemas de insuficiência
respiratória e cardíaca, pois o pulmão e o coração são comprimidos pela
diminuição do tórax — explica Rios.
Ainda de acordo com o ortopedista, a coluna é prejudicada pelo desgaste
precoce dos discos intervertebrais, causando hérnias e outras complicações no
futuro, além dos problemas estéticos.
Atenção no período escolar
O tratamento depende do momento em que o paciente chega ao consultório.
Casos com 10 a 25 graus precisam de acompanhamento clínico para evitar o índice
de progressão. Índices maiores, que podem até ultrapassar 100 graus, são
encaminhados para procedimentos mais sensíveis, como cirurgias. Por isso, a
atenção ao desenvolvimento da criança e do adolescente se torna essencial
durante o período escolar.
— É muito difícil prevenir a escoliose. O ideal é fazermos um
diagnóstico precoce, evitando futuras deformidades graves, que são de
complicado tratamento. O olhar de professores, da família e das pessoas
próximas ao paciente nunca será demais para evitar esse problema tão comum e
tão grave — alerta o médico.
Bem Estar
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