Servidores farão acampamento de greve em Brasília
Agência Estado
Para pressionar o governo, servidores púbicos de todo o País realizam a
partir de terça-feira (14) o acampamento de greve. O ato deve concentrar as
categorias, algumas paralisadas a mais de dois meses, em vigília em frente à
Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal até sexta-feira.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef),
cujas categorias de base representam 80% de todos os servidores do Executivo
federal, espera que 10 mil servidores participem do acampamento durante esta
semana. Os grevistas pretendem realizar uma série de atos em frente aos
ministérios para pressionar o governo e engajar a população à causa.
Nesta segunda-feira o governo afirmou que fará novas rodadas de
negociação com os servidores em greve para discutir propostas com cada
categoria, em separado, até sexta-feira. O assunto foi discutido durante
reunião entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto.
Além da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, estiveram presentes os
ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da
Secretaria Geral, Gilberto Carvalho e o advogado-geral da União, Luís Inácio
Adams.
O governo já iniciou o agendamento de algumas reuniões de negociação. Na
terça-feira devem ocorrer duas reuniões. Pela manhã a pauta será a Lei 12.277
de 2010, que cria uma tabela salarial diferenciada para cinco cargos de nível
superior do Executivo: estatístico, engenheiro, geólogo, economista e
Arquiteto. De acordo com o diretor executivo da Condsef, Sérgio Ronaldo, ao
menos 18 categorias de base da confederação têm interesse direto nesta primeira
reunião.
No período da tarde representantes do Ministério do Planejamento devem
se reunir com servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O Incra está em greve
em todos os Estados e representa 26 categorias de base com os demais
funcionários da área agrária.
Sangue como protesto - Também na terça-feira os policiais federais do
estado de São Paulo programam uma doação de sangue coletiva. O movimento deve
ter início às 10h no Hemocentro do Hospital das Clínicas, na zona sul da
capital paulista. A categoria disse por meio do Sindicato dos Servidores da
Polícia Federal (Sindpolf-SP), que o ato representa simbolicamente que a PF,
apesar de todos os problemas estruturais enfrentados, tem como objetivo servir
bem a população.
Nos demais estados do País, os sindicatos planejam atos individualmente,
segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef),
Marcos Wink. Durante a semana alguns estados voltarão a ter operação padrão,
mas as datas ainda não foram divulgadas. A categoria se reúne com o governo na
quarta-feira.
Já os docentes das universidades federais, em greve desde maio, também
integrarão a série de protestos que devem acontecer nesta semana em Brasília.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (ANDES-SN), a categoria realizará uma marcha na quarta-feira.
O grupo também busca a reabertura do diálogo depois que o governo
afirmou ter encerrado as negociações, enquanto estuda propostas para os demais
servidores do País. O Comando Nacional de Greve dos Estudantes (CNGE) se
juntará nos protestos. Os professores pedem reestruturação da carreira como
ponto principal da pauta de reivindicação.
Jornal do Comércio
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