Centenas de trabalhadores se mobilizaram na
entrada da Capital contra o adiamento das negociações
A paralisação dos servidores federais,
insatisfeitos com o posicionamento da União no que diz respeito à negociação
com os trabalhadores, iniciou de forma pacífica há quase 50 dias. Contudo, após
a suspensão da reunião marcada para ontem, no qual deveria ser apresentada uma
nova proposta de reajuste, a categoria intensificou os protestos. A ponte do
Guaíba, na entrada da Capital, foi bloqueada nos dois fluxos por centenas de
manifestantes por volta das 8h, congestionando o trânsito da região.
Dez ônibus e três vans trouxeram, do
Interior do Estado, trabalhadores de diversos setores, que também participaram
do ato. O protesto seguiu até o Largo Gênio Peres, no Centro. De acordo com a
nota emitida pelo governo federal, as negociações só devem ser retomadas a
partir do dia 13.
Segundo Sílvia Regina Souza Vieira,
diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e
Previdência no Estado (Sindisprev-RS), a manifestação é uma represália à União.
“Há quatro meses o governo promete esta reunião e não cumpre. O orçamento para
2013 tem que ser votado, e é necessária a discussão com as categorias sobre o
reajuste que será aprovado. Se os valores não forem aprovados, não teremos
nenhum aumento”, afirma. A previsão orçamentária para 2013 deve ser feita até o
final deste mês.
Segundo Sílvia, as manifestações serão
intensificadas até que a União dê uma posição concreta. “Foi um desrespeito
conosco”, conclui. Entre as reivindicações gerais estão melhores condições de
trabalho e atendimento ao público, reposição salarial real de 22,8% e
contratação de mais profissionais.
Os servidores da educação, entre eles os da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), também participaram da
manifestação. As matrículas e o vestibular 2013 da instituição foram adiados
nesta segunda-feira, quando os funcionários que aderiram à greve fecharam o
Centro de Processamento de Dados (CPD). De acordo com a Associação dos
Servidores da Ufrgs e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto
Alegre UFCSPA (Assufrgs), o CPD ficará fechado por tempo indeterminado, o que
impossibilita uma previsão de início das aulas.
“Desde 2007, nós estamos em uma mesma
negociação, foram 57 reuniões só com os técnicos da Ufrgs, e nenhuma
efetividade”, explica Bernadete Menezes, coordenadora-geral da Assufrgs. A
associação alerta que a alteração no calendário acadêmico poderá fazer com que
as aulas se estendam até janeiro de 2013. Na próxima semana, deve ser marcada
uma nova data para as matrículas. A manifestação ocorreu simultaneamente em
outros estados do País.
Fonte: Jornal do Comércio
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