Salário
inicial de R$ 1.451 é alvo de disputa entre professores e governo no STF
Thiago Tieze
O Cpers/sindicato, entidade que
representa os professores do Estado, estima que, desde maio, quase 30 mil
processos referentes ao piso nacional
foram ajuizados na Justiça Estadual gaúcha. Para a presidente do sindicato,
Rejane de Oliveira, "o governo está acumulando um passivo muito
grande".
— Como o piso é parte da nossa
remuneração básica, entendemos que as pessoas deveriam entrar com ações
individuais, pois os efeitos são diferenciados para cada trabalhador — explicou
Rejane.
As ações têm se acumulado desde que o Ministério Público
Estadual (MP) entrou com uma Ação Civil Pública requerendo o cumprimento da lei
do piso por parte do governo, que desde maio paga um completivo dos R$ 872
atuais até atingir o valor de R$ 1.451.
A orientação do Cpers é de que os
professores centralizem as ações por meio da assessoria jurídica do sindicato,
a fim de que haja o acompanhamento da entidade. Ainda, na sexta-feira a
entidade realizará uma reunião na qual discutirão a possibilidade de entrar em
greve.
Levantamentos realizados pela Secretaria
da Fazenda, segundo o Procurador-Geral Adjunto Bruno Winkler, apontam para um
impacto de R$ 2,5 bilhões por ano no caixa do Estado caso permaneça o índice
estabelecido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
(Fundeb), que registrou 22% neste ano.
— Caso seja julgada a Ação Direta de
Inconstitucionalidade do artigo 5º (que estabelece o índice atual como padrão),
todos os reajustes baseados nesse artigo perderiam a validade, mas o Supremo
Tribunal Federal pode determinar, por exemplo, que se altere somente o índice,
e não o valor atual do piso — avalia Winkler.
Segundo o sindicado e o procurador, pode
se reproduzir, novamente, os efeitos causados pela Lei Britto,
que congelou os reajustes dos servidores estaduais em 1996 e sobrecarregou os judiciário
com mais de 100 mil processos.
Procurado pela reportagem de Zero Hora, o chefa da Casa Civil, Carlos Pestana, não foi encontrado para comentar a questão.
Procurado pela reportagem de Zero Hora, o chefa da Casa Civil, Carlos Pestana, não foi encontrado para comentar a questão.
ZERO HORA
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