
O projeto do novo CPC
foi criado por uma comissão de juristas e aprovado pelo Senado em 2010. Na
Câmara, o texto sofreu várias alterações, entre elas a possibilidade de penhora
de 30% do salário de devedores que excedesse seis salários mínimos, calculados
após os descontos obrigatórios, como Imposto de Renda, contribuição
previdenciária e pensão. Isso daria hoje em torno de R$ 4 mil. O relatório de
Barradas Carneiro, porém, não chegou a ser votado na comissão especial que
analisa a proposta.
Segundo Teixeira, a
retirada do polêmico dispositivo foi feita para facilitar a aprovação do texto.
"Do ponto de vista político, comecei a perceber que havia resistência em
diversos partidos. Então, retiramos a penhora do salário”, disse.
O relator também
destacou que seu parecer trará uma alternativa à penhora de bens de empresas
com dificuldades financeiras. “Às vezes, ao penhorar o capital de uma empresa,
você inviabiliza o seu funcionamento. Assim, estabelecemos uma forma que
assegura que outros bens possam garantir aquela dívida e não exatamente o
capital daquela companhia", explicou.
Discussão - O Código
de Processo Civil em vigor não permite a penhora do salário, que é considerado
verba de natureza alimentar, e só pode ser comprometido no caso de pensão. A
Justiça, no entanto, já tem admitido a penhora do pagamento em outros casos.
Barradas Carneiro argumentava que o valor a ser penhorado não comprometeria o
sustento do devedor. Já o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que foi
sub-relator de execução do novo código, sustentou que salário é sagrado e a
pessoa não pode ser surpreendida com um desconto. Esta não é a primeira vez que
o Congresso Nacional discute a penhora de parte dos salários. O Parlamento já
aprovou um projeto que autorizava essa prática, mas o dispositivo foi vetado
pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ao sancionar a Lei
11.382/06.
As discussões sobre o
novo CPC só serão retomadas pela Câmara em março. Embora pretenda concluir seu
parecer até o dia 26 de fevereiro, Teixeira adiantou que só vai entregar o
texto na primeira quinzena do mês que vem.
Fonte: editor
Saúde&Previdência
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