O congresso do CPERS/Sindicato é a segunda maior instância da nossa entidade e tem o papel de orientar as principais políticas e as mobilizações para o próximo período.
A pluralidade estabelecida na categoria exige que o congresso tenha espaços para as diferentes visões expressando a democracia que marca historicamente a trajetória do nosso sindicato.
A unidade que vem sendo construída nas últimas duas gestões se consolidou neste congresso, materializada na construção da Tese e Resolução da direção do CPERS, a partir do acúmulo e do programa estalebelecido pelos diversos campos políticos que compõem a direção.
Os militantes da CUT PODE MAIS do CPERS cumpriram um papel muito importante ao compreender a necessidade de estabelecermos esta unidade para defender a política da direção do CPERS, que tem como grande compromisso a defesa dos direitos dos trabalhadores em educação.
Esta construção exigiu a capacidade política dos nossos(as) companheiros(as) de entender a necessidade de uma metodologia diferenciada, pois envolviam diálogos entre organizações diferentes e plurais na sua visão política. As resoluções defendidas pelos companheiros(as) da CUT PODE MAIS mostraram o compromisso e a qualificação sobre o tema sempre contribuindo para a reflexão e a elaboração de políticas para o CPERS. A tese e as resoluções da direção significaram um esforço coletivo destas forças o que determinou o fortalecimento da direção, do sindicato, da categoria e do projeto político sindical que implementamos no CPERS.
Este fortalecimento ficou demonstrado na aprovação por ampla maioria de todas as resoluções propostas pela Tese 2, da direção. Na nossa avaliação o mais importante, tenha sido a aprovação de um processo de mobilização, com a participação massiva da categoria nas lutas e manifestações em curso no Estado e no País.
A deliberação por participar da Greve Geral, chamada para o dia 11 de julho de 2013, convocada pelas centrais sindicais, somando a pauta dos educadores(as) e a necessidade da Greve no atual ambiente de protestos.Esta pressão poderá forçar um processo de negociação com o governo trazendo avanços. O que para nossa categoria deve ser o centro o principal resultado do congresso.
A unidade da direção possibilitou que temas polêmicos, tais como, o debate sobre a CUT fossem tratados de forma madura, com respeito as diferenças, numa compreensão que sem um profundo debate esse tema só serviria para dividir a categoria. Esse tema polêmico foi apresentado por várias resoluções, tendo uma resolução apresentada pela CSPConlutas que contribuiu que o congresso não definisse pela desfiliação mas que apontasse para um debate futuro na base.
Numa conjuntura em que congressos de trabalhadores no País inteiro, em que categorias importantes de trabalhadores, que historicamente sempre estiveram dentro da CUT, estejam deliberando pela desfiliação da central, entendemos que a unidade da direção propiciou que não haja nenhuma deliberação sem antes amadurecermos em conjunto sobre o tema, com um olhar para a unidade da categoria e para os desafios que estão colocados para ela. Entendemos que numa conjuntura de reação e mobilização da sociedade e da classe trabalhadora, a organização da luta deve ser a nossa prioridade e as disputas entre as centrais devem estar secundarizadas neste momento.
Outro tema polêmico foi a resolução sobre “Não votar em Tarso, em 2014”. Esta resolução poderia colocar o CPERS numa fragilidade política, onde todas as nossas ações, a partir do Congresso, fossem consideradas movimentos partidários e não na defesa da classe trabalhadora. A direção do CPERS votou contra esta resolução. Defendemos que o centro da política do congresso jamais poderia ser a disputa partidária, mas a prioridade do congresso dever ser o de chamar e armar a categoria para a luta.
Também havia a resolução que propunha a expulsão dos sócios do CPERS que atuam junto a governos. Compreendemos que isto, por concepção, seria um equívoco, já que conforme Lênin e Marx, o sindicato é uma frente de trabalhadores e não uma entidade de pensamento único que se aparelha a partir de uma visão partidária. Por isso a direção votou contra esta resolução que foi rejeitado por ampla maioria de delegados(as).
Por fim, este congresso deixa um saldo muito positivo para todos os trabalhadores(as) em educação do Estado, demonstra a unidade e a consolidação das políticas que vem sendo implementadas pelo sindicato e a sintonia destas com sua base.
Consolidou a CUT PODE MAIS no CPERS, simbolizada com o crescimento do número de delegados(as), inclusive, ampliando este campo a partir da realização deste congresso, com a inserção de novos militantes e quadros políticos.
O CPERS/Sindicato sai deste congresso fortalecido e renovado e com muita capacidade mobilização. Acreditamos que isto ocorre porque segue um programa baseado nos princípios da democracia, participação, autonomia e independência. Devido a sua capacidade de estabelecer diálogos plurais, articular e consolidar redes de relações com os diferentes movimentos e organizações de esquerda, sem deixar-se cooptar, produzindo sínteses, o que qualifica cada vez mais sua capacidade de intervenção na sociedade e sua sintonia com a categoria.
Esta é uma avaliação que está em aberto e que tem o objetivo de contribuição para o debate neste primeiro momento.
Rejane de Oliveira, Tânia Freitas, Nei Sena e Paulo Dapper
Direção Estadual CPERS/Sindicato
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