
Promotor tentou marcar uma consulta em frente aos presentes, além de ter ligado diversas vezes anteriormente.
Na tarde de terça-feira, 30, foi realizada, no Ministério Público Federal em Canoas, uma audiência pública relativa a diversos problemas no sistema de saúde pública na Região Metropolitana. Entre os assuntos abordados estiveram a carência de profissionais da saúde nos Programas de Saúde da Família (PSF), porcentagem de investimento do orçamento na saúde e o teleagendamento para consultas em Canoas.
Teleagendamento
O ponto da discussão sobre o teleagendamento foi o que mais interessou aos canoenses presentes. Um documento mostrado pelo promotor Pedro Antonio Rosso apresentou diversas tentativas feitas pela equipe do MPF para marcar consultas, sendo a maioria das vezes sem sucesso, ou com marcação depois de dezenas de tentativas frustradas de completar a ligação.
O ponto da discussão sobre o teleagendamento foi o que mais interessou aos canoenses presentes. Um documento mostrado pelo promotor Pedro Antonio Rosso apresentou diversas tentativas feitas pela equipe do MPF para marcar consultas, sendo a maioria das vezes sem sucesso, ou com marcação depois de dezenas de tentativas frustradas de completar a ligação.
Durante a audiência, o promotor testou o sistema em frente a todos os presentes (incluindo o secretário de Saúde, Marcelo Bósio), tentando marcar uma consulta para um canoense presente. Embora tenha sido atendido e recebido a ligação de retorno, Rosso não conseguiu marcar a consulta para o paciente. Ele foi informado que as fichas do dia já haviam acabado e que ele deveria tentar novamente na quarta-feira.
Durante a audiência, o promotor defendeu que o teleagendamento não pode ser a única forma de marcar consultas, e sugeriu uma porcentagem de 5 a 10% com marcação presencial. "A sigla SUS significa Sistema Único de Saúde, não é Sistema Único de Saúde por Telefone. O sistema deve atender até mesmo a pessoa que não tem como ficar horas ligando", justificou. O secretário Marcelo Bósio, embora não tenha se oposto analisar a ideia de disponibilizar fichas para retirada presencial, não se comprometeu a firmar um percentual como proposto pelo promotor.
Saúde da Família
Para os Programas de Saúdeda Família, o promotor contestou a pouca quantidade ativa hoje na cidade. São pouco mais de 30 equipes trabalhando, quando a população de Canoas necessitaria de mais de 80 para ter uma cobertura total. Bósio justificou que até 2014 a Prefeitura pretende chegar às 83 equipes indicadas, mas que pelos cálculos da administração municipal este número não deve cobrir todos os moradores da cidade. Segundo o Secretário, existe uma parcela de cerca de 15% da população que tem plano de saúde ou utiliza consultas particulares, não sendo usuários do SUS. Desta forma, para ele, esta parcela não precisa ser abrangida pelo Programa.
Para os Programas de Saúdeda Família, o promotor contestou a pouca quantidade ativa hoje na cidade. São pouco mais de 30 equipes trabalhando, quando a população de Canoas necessitaria de mais de 80 para ter uma cobertura total. Bósio justificou que até 2014 a Prefeitura pretende chegar às 83 equipes indicadas, mas que pelos cálculos da administração municipal este número não deve cobrir todos os moradores da cidade. Segundo o Secretário, existe uma parcela de cerca de 15% da população que tem plano de saúde ou utiliza consultas particulares, não sendo usuários do SUS. Desta forma, para ele, esta parcela não precisa ser abrangida pelo Programa.
Outro ponto abordado, e que causou discussão na audiência, foi o modelo de gestão de hospitais e de algumas UPAs de Canoas que atualmente estão sendo sob administração do Grupo Mãe de Deus. O promotor ressaltou que, embora não seja ilegal, ele não concorda com a prática e entende que a saúde pública deveria ser gerida pelo município e não por terceiros. Canoenses presentes na assembleia solicitaram cópias dos contratos com o Grupo e o Secretário informou que elas estavam publicadas no site da Prefeitura. No entanto, um funcionário da MPF tentou localizar os contratos e não conseguiu, necessitando da ajuda de outra pessoa, que já conhecia o portal, para encontrar. Como a procura foi transmitida a todos os presentes através de um telão, ficou claro que o chamado portal da transparência não favorece para que documentos sejam encontrados de forma rápida por quem está acessando pela primeira vez.
Visita em UPA
O promotor relatou ainda que foi realizada uma visita do MPF à UPA do bairro Guajuviras, onde encontrou muitas reclamações sobre a dificuldade dos pais para encontrarem pediatras e sobre a demora para atendimento quando existe um representante desta especialidade na unidade. Bósio argumentou que o tempo de espera de uma hora está dentro dos padrões obedecidos internacionalmente para pronto atendimento. No entanto, o promotor ressaltou que em muitos destes países a saúde é vista como mercadoria e não como um serviço público, o que justifica, fora daqui, uma demora tão grande, ou até maior, para atendimento público.
O promotor relatou ainda que foi realizada uma visita do MPF à UPA do bairro Guajuviras, onde encontrou muitas reclamações sobre a dificuldade dos pais para encontrarem pediatras e sobre a demora para atendimento quando existe um representante desta especialidade na unidade. Bósio argumentou que o tempo de espera de uma hora está dentro dos padrões obedecidos internacionalmente para pronto atendimento. No entanto, o promotor ressaltou que em muitos destes países a saúde é vista como mercadoria e não como um serviço público, o que justifica, fora daqui, uma demora tão grande, ou até maior, para atendimento público.
Fonte: O Timoneiro
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