Como
bem lembrou uma colega lutadora, “A
luta que se perde é aquela que não se luta”. Queremos
abraçar a cada um e cada uma, que estiveram junto conosco nesta greve, suspensa
na última sexta-feira, sob protestos de muitos companheiros (as), que achavam
que deveríamos, apesar das dificuldades, prosseguir a luta, até que o governo
cumprisse o que nos prometeu. Mas, dentro de nosso movimento, vivenciamos a
democracia, e a maioria dos colegas, em Assembleia, entendeu de que o movimento
grevista deveria ser suspenso e de que devemos continuar nossas denuncias,
trabalhando.
Foram
dias difíceis, de forte enfrentamento, nossos colegas, incansáveis, denunciaram
através de atos públicos, caminhadas, visitas às escolas, panfletagens,
acorrentamento em frente a 27ª CRE, atos em que levamos bombas de gás
lacrimogêneo e spray de pimenta (que deixou colegas feridos). Sofremos ainda
forte assedio moral nas escolas, o que tirou companheiros da luta, por medo. No
entanto, mesmo com as dificuldades, mostramos o quanto este governo mentiu para
a população, escancaramos a contradição entre o discurso e a prática!
Nossa
pauta de reivindicações não foi atendida em todos os seus itens, mas bem
sabemos que se não fosse a luta dos valorosos colegas que, sob ameaças do
corte do ponto, colocando em risco suas finanças pessoais, não teríamos a nosso
favor, a liminar concedida pela justiça, que impede o governo de descontar os
dias parados nesta greve até o julgamento do mérito, e, certamente, esta ação
estabelece um precedente para nossas lutas futuras.
A
adesão ao movimento poderia ter sido maior porque motivos não faltam
aos professores, funcionários e alunos para cruzarem os braços. Sabemos o
quanto nossa categoria está revoltada, mas também é verdade que somos reféns da
miséria que recebemos ou que muitos colegas foram ideologicamente
influenciados, pela ideologia dominante, tão bem disseminada pelos veículos
ideológicos a serviço do poder, ideologia esta, que traz implícita a
perpetuação do estado de subserviência e a reprodução do modelo dominante de
exploração.
Tivemos o saldo positivo
da luta: união de professores, funcionários, alunos e pais, em torno da
qualidade da educação pública, contra a reforma do ensino médio - imposta por
este governo. Acreditamos na necessidade de valorização dos profissionais
em educação, valorização que passa, obrigatoriamente, pelo investimento,
respeito à democracia e a construção histórica destes segmentos.
Parabéns
a todos pelas belas aulas de democracia!
Cleusa Werner - Diretora do 20º Núcleo - CPERS/Canoas
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