quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Adolescentes mães antes da hora

Número de adolescentes grávidas preocupa e requer conscientização
Maternidade força responsabilidade prematura e apoio da família é fundamental

Hoje é o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência. O número de meninas grávidas ainda é preocupante. Para a professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade  Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Solange Garcia Accetta, o gargalo dessa problemática continua sendo a população de baixa renda. “Nas classes mais baixas, infelizmente, não está havendo essa redução”, salienta. Ainda assim, não se trata de uma exclusividade da classe baixa. 
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação entre os Censos de 2000 e 2010 os casos de meninas entre 10 a 17 anos que engravidam caíram em mais de 54%. Enquanto que, no ano de 2000 a quantidade de adolescentes grávidas em 46 municípios da região era de 3.630, uma década depois o número era de 1.669. E a tendência, como aponta o próprio Ministério da Saúde, é que menos meninas se tornem mães antes do tempo.
Mas apesar dessa perspectiva, outro levantamento do IBGE demonstra que muitos bebês são filhos de garotas menores de 18 anos. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad) de 2011, a região metropolitana de Porto Alegre (que abrange a região, já que a pesquisa não é feita por cidade) registrou 6 mil gestações de adolescentes, o que dá uma média de quase 17 meninas grávidas por dia. Em relação a dois anos antes, o crescimento foi de mais de 50%.
Falar nem sempre é fácil
A professora de Psicologia da Feevale Denise Regina Quaresma da Silva coordenou a pesquisa Mapeamento e Investigação da Gravidez na Adolescência nas Escolas Municipais de Novo Hamburgo. O estudo mapeou e investigou a incidência da gravidez na adolescência nas 56 escolas da rede municipal, além de verificar o entendimento do tema educação sexual por parte dos professores, por meio de entrevistas com 127 pessoas (10% do corpo docente).
Números do estudo
Apenas 2% dos professores entrevistados disseram abordar o assunto educação sexual, 31,82% dizem não abordar o tema. Já 12,73% ensinam sem vincular ao currículo escolar, 18,18% ensinam no discurso, mas se contradizem, revelando que na prática não realizam e 35,45% abordam na educação sexual apenas aspectos relacionados ao biológico.
A pesquisa concluiu que é fundamental a elaboração de ações mais efetivas para os profissionais e para os estudantes, pois 32,41% dos professores revelaram terem dificuldades com a temática.
A análise quantitativa das gestações adolescentes revelou a ocorrência de 23 adolescentes grávidas na idade de 12 até 17 anos, no período de 2008 a 2011, apontando necessidade de trabalhos nesta área.
A campanha
O Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência ocorre pelo sétimo ano em mais de 70 países da Europa, Ásia e América Latina. Neste dia, há atividades de conscientização pelo mundo todo.
Fonte: Diário de Canoas

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