quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Projeto Escolegal incentiva consumo consciente ainda na infância

Em uma sociedade cada vez mais ciente da importância de práticas sustentáveis e com crianças que começam a influenciar nos hábitos de consumo da família desde cedo, a escola precisa estar atenta e estimular o consumo consciente a partir da infância. Para isso, o Instituto de Combate à Fraude e Defesa da Concorrência (ICDE) promoveu ontem o projeto Escolegal, atividade voltada para educadores a fim de elucidar conceitos de sustentabilidade e apresentar diferentes formas de trabalhar o tema em sala de aula.

A psicóloga Tatiana Ruffoni garante que é possível desde a primeira infância conscientizar os estudantes do quanto suas práticas diárias têm influência sobre a sociedade e o meio ambiente. “As crianças aprendem rápido que é preciso não gastar muita energia e separar o lixo. Além disso, elas têm poder sobre as decisões tomadas pela família e levam para casa tudo o que aprendem no colégio”, diz Tatiana. 

A fim de munir os educadores de diferentes ferramentas úteis para abordar o impacto social dos chamados atos Ilícitos Socialmente Aceitos (ISA) com alunos de sete a 14 anos, o ICDE levantou questões que foram desde o consumo racional de energia até a compra de produtos piratas. Um dos temas mais delicados, a informalidade, item mais do que obrigatório de ser tratado na escola, mereceu atenção especial já que muitas famílias atendidas sobrevivem deste mercado. 

Conforme a palestrante do evento, Aline Isaia, os produtos piratas geram déficits de cerca de R$ 30 bilhões aos cofres públicos, valor superior ao orçamento destinado à educação, saneamento ou habitação. “Além da questão moral e ética, a pirataria, por exemplo, está ligada a grupos criminosos. Temos de falar sobre isso, mesmo que com cautela”, afirma Aline.

Professora da Escola Estadual de Ensino Médio Professor Júlio Grau, Letícia Mottola era uma das 16 pessoas presentes na oficina. Preocupada com a adultização infantil estimulada pelos meios de comunicação, Letícia enfatiza que o estímulo ao pensamento crítico deve ser uma das prioridades do sistema educacional. “Se a mídia bombardeia com bonecas, bolsinhas, maquiagem, nós temos que agir na contramão”, pontua.

Além do debate, os educadores receberam um conteúdo complementar que inclui Cartilha para o Consumo Consciente e Manual para Educadores. Tanto o material téorico quanto o conteúdo exposto durante a oficina, devem “qualificar os professores para a inserção deste conteúdo em suas agendas, como suporte nos currículos transversais”, estimou o diretor-presidente do ICDE, Rodrigo Lagreca.

Fonte: Jornal do Comercio

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