“Ficaremos aqui até que o vice-governador [Luiz Fernando] Pezão nos receba para apresentar uma proposta de negociação realmente significativa, pois, sempre que queremos levantar negociações mais efetivas para solucionar o problema, a Secretaria de Educação se diz impossibilitada de discutir temas relacionados ao Executivo”, disse o professor de sociologia Augusto Rosa, integrante do comando de greve.
Segundo a Secretaria de Educação, a greve afeta mais de 30 mil alunos. Além do reajuste salarial de 28%, uma das principais demandas da categoria é que os professores tenham uma matrícula em apenas uma escola, para que não precisem dar aulas em colégios diferentes. “Havíamos conseguido aprovar essa lei na Alerj, mas o governo vetou. Tem professor desistindo da carreira do magistério, pois precisa trabalhar em cinco ou seis escolas, sem dinheiro de passagem adicional para isso”, contou Augusto Rosa.
A categoria também exige o fim da chamada meritocracia que, segundo o professor, estabelece cotas e metas que estimulam “a aprovação automática disfarçada do aluno”. “O professor ganha bônus por aprovação. Você deixou de ter a lógica de qualidade do ensino para aprovar o aluno, para bater índices, estatísticas de aprovação”, disse o professor.
Os profissionais em greve também querem o cumprimento da lei federal que determina que um terço da carga horária do professor seja para planejamento e atividades extracurriculares. “O professor não trabalha só em sala de aula, precisa planejar suas aulas, corrigir provas, fazer conselho de classe, reunião pedagógica. Isso é qualidade de ensino para os alunos. Mas o profissional que tem 16 horas de carga horária, dá 12 horas de aula, em vez de dez”, argumentou Augusto Rosa.
Em nota divulgada na semana passada, a Secretaria de Estado de Educação informou que o sindicato da categoria já foi recebido quatro vezes, sendo na quinta-feira (12) pelo secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, e pelo vice-governador. A nota diz ainda que o governo do Rio concedeu 8% de reajuste este ano, além de novos benefícios, como os auxílios alimentação, transporte e qualificação.
Foi apresentado aos deputados estaduais novo projeto de lei que estipula prazo máximo de cinco anos para que todos os docentes que desejarem trabalhem apenas em uma escola. Sobre a questão da carga horária, a secretaria diz que a destinação de um terço da carga horária para atividades complementares é cumprida.
Fonte: Agencia Brasil
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