Outro problema apontado pela vice-diretora é a falta de uma sala de aula na escola. Durante as manhãs, uma turma recebe aulas no espaço da biblioteca. “O prejuízo é enorme. Os demais alunos da manhã não podem usufruir da biblioteca. Somente os da tarde podem usar”, comenta Jocemara.
Uma necessidade na escola, a construção de uma quadra coberta está sem operários. Planejada para ser entregue aos alunos em janeiro deste ano, a obra está parada. Segundo a prefeitura a obra será retomada e concluída em julho. “Temos 600 alunos e eles só têm um pátio pequeno para o recreio e atividades físicas”, conclui a vice-diretora.
Em algumas escolas municipais os problemas persistem. De acordo com presidente do Sinprocan, Jarí de Oliveira, faltam professores e salas de aulas em algumas localidades. Cita as escolas Castelo Branco (Igara), Sete de Setembro (Estância Velha), General Osório (Rio Branco), Max Oderich (Porto Belo), João Paulo I (Harmonia) e Tancredo Neves (Hércules) como as mais preocupantes. Sobre a falta de profissionais, o presidente cobra do Executivo: “Estamos aguardando o concurso público prometido pelo prefeito e pelo secretário de Educação. Falou-se que seria realizado ainda em 2014 e pelo jeito não sai mais, pois estamos perto do período eleitoral”, diz. O Sinprocan é contra a contratação de professores em contratos emergenciais. Segundo a entidade são mais de 400 atuando na rede municipal. “Os salários destes professores são baixos e eles se submetem a isso. Não têm outra escolha. Não há plano de carreira”, adverte Jarí.
Em matéria publicada no site da Prefeitura em 20/12/2013 “Prefeito anuncia melhorias no plano de carreira dos professores”, há um trecho que Jairo Jorge confirma para o primeiro trimestre de 2014, o lançamento de concurso público para professores e agentes de apoio para cargas horárias de 20 e 40 horas semanais.
Nas escolas estaduais os problemas são pontuais e semelhantes à rede municipal: falta de professores em algumas instituições de ensino. Levantamento feito pelo núcleo do Cpers em Canoas durante a última paralisação da categoria em março, apontava a falta de secretários de escola, bibliotecários, merendeiras e professores. De acordo com a diretora do núcleo, professora Cleusa Werner, na escola em que leciona, Bartolomeu de Gusmão, no bairro Rio Branco, falta professor de educação física e português, bibliotecário, porteiro e monitor. “A biblioteca fica maior parte do tempo fechada por falta de um profissional no local”, diz.
Segundo ela, a falta de docentes alterou os horários dos alunos “Em alguns dias eles chegam mais tarde em outros saem mais cedo. Ou seja, estão perdendo aulas que terão que recuperar lá na frente. O prejuízo já está feito”, comenta. Ela ainda afirma que a realidade não é diferente em outras escolas estaduais de Canoas: “Sem contar a falta de infraestrutura, faltam professores de diversas disciplinas. É um problema recorrente”, conclui. O levantamento do Cpers aponta problemas em escolas com grande número de alunos: Carlos Chagas (Niterói), Affonso Charlier (Harmonia), Barão do Amazonas (Vila Fernandes) e Margot Giacomazzi (Estância Velha).
Contratação emergencial para suprir a demanda
Sobre concurso público, a Secretaria Municipal de Educação, através da Secretaria Municipal de Educação, optou por um debate com os professores para decidir o que fazer com o plano de carreira, com todas as escolas do município. Esse processo já foi realizado, e as alterações do plano estão sendo finalizadas pelo Gabinete do Prefeito, SME e SMPG. A partir daí, será feita a proposta de Projeto de Lei, para alteração do plano. Sendo assim, a SME fez a contratação emergencial de professores para suprir a demanda das escolas a partir dos editais, publicados no Diário Oficial do município, nos dias 18/02 e 25/03.
Na questão de oficinas nas escolas infantis, a SME comunica que as salas já foram compradas e estão em período de construção. Nas escolas que tem espaço para realização de oficinas pedagógicas, os mesmos já ocorrem. Os demais professores seguem realizando os trabalhos nas escolas.
27ª CRE prevê normalização nas próximas semanas
De acordo com a coordenadora da 27ª Coordenadoria Regional de Educação, Lúcia Barcelos, o problema da falta de professores neste ano se agravou com pedidos de afastamentos, exonerações, aposentadorias e o aumento de turmas nas escolas. Para ela a situação já foi mais problemática em anos anteriores e afirma que nas próximas semanas as ausências serão supridas. “Durante a última semana, alguns docentes já se apresentaram nas escolas. A partir de segunda-feira novos professores serão contratados. Em abril outros serão nomeados. No mês de maio serão estabilizadas estas ausências”, comenta. Ela ainda afirma que 22 merendeiras devem ser distribuídas em escolas que sofrem com a falta. Sobre bibliotecários, segundo Barcelos, por ora não será prioridade: “Não há solução imediata para esta função. Nossa prioridade agora são as salas de aula”, afirma a coordenadora.
Fonte: Jornal Correio de Notícias
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