quarta-feira, 2 de julho de 2014

Escola para surdos completa oito meses de interdição em Esteio

Local foi fechado pelos bombeiros após problemas na rede elétrica. Enquanto isso, alunos têm aulas em uma igreja.


No próximo dia 4 de julho, a Escola Estadual Especial Padre Reus, no Centro de Esteio, completa oito meses de interdição. O colégio, que atende 104 alunos surdos de 12 municípios da Grande Porto Alegre, foi fechado pelos bombeiros após uma sequência de nove explosões na rede elétrica na manhã de 4 de novembro. Os incêndios escancararam uma série de problemas estruturais do prédio, que vinham sendo alertados pela direção desde março de 2013.
A escola Padre Reus não possui plano de prevenção contra incêndio. Também sofre com infiltrações. Com a interdição, os alunos foram remanejados para uma igreja a poucos quilômetros da escola, onde estão distribuídos em pequenas salas com bancos de madeira. Em uma sala improvisada, sete alunos de uma turma do 1º ano do Ensino Médio dividem apenas uma mesa.
"Se sentarmos num banco de madeira por 20 minutos, a gente já começa a sentir dores. 
Imagina uma manhã inteira? Por mais que sejamos criativos, inventemos projetos e continuemos com as atividades pedagógicas, não há condições físicas de continuarmos (na igreja) por mais tempo", explica a diretora Luciméia Gall Konig.
A Escola Padre Reus precisa de R$ 51 mil para a troca de toda a rede elétrica. Atualmente, a direção conta com apenas R$ 8 mil, que foram economizados nos últimos meses da verba de autonomia, e também com a ajuda de doações de terceiros. No entanto, o valor já tem destino: será usado para a elaboração do PPCI e para o conserto de uma escada, que ameaça desabar.
"R$ 1500 para o conserto da escada reunimos com a venda de ingressos doados pelo Guri de Uruguaiana", diz a diretora da escola.
Além dos problemas na rede elétrica, a instituição precisa de dinheiro para cumprir os itens do PPCI, como placas sinalizadoras, hidrante e cursos para funcionários. O valor deve somar R$ 60 mil. Algumas obras já foram providenciadas para a escola. O telhado, o banheiro dos professores e dois banheiros para deficientes foram reformados entre fevereiro e maio deste ano. No entanto, um dos banheiros apresenta vazamentos e portas dos sanitários não foram trocadas.
Um poço para a instalação de uma plataforma para cadeirantes também foi construído. No entanto, o poço apresenta falhas de alinhamento, que impossibilitam a colocação de uma plataforma no espaço. Além de surdos, a escola Padre Reus atende alunos com comprometimentos neurológicos e possui um cadeirante.
Contraponto
A Secretaria Estadual da Educação afirma que já tem reservados os recursos para a reforma da parte elétrica. O início dos reparos depende da assinatura de um termo aditivo ao contrato da obra dos banheiros e do telhado, já que serão executados pela mesma empresa. 
 
"A partir daí (do aditivo) a gente acredita que em torno de um mês de trabalho a empresa consegue entregar a parte elétrica. A previsão de retorno de todos os alunos à escola é início do segundo semestre", afirma a responsável pela 27ª Coordenadoria Regional de Educação, Lúcia Barcelos.

Segundo a coordenadora, os reparos eventualmente necessários nos banheiros serão feitos sem custo adicional ao Estado, pois são de responsabilidade da empresa. Já a obra do poço para a plataforma de cadeirantes é mais antiga e terá que ser corrigido por outra construtora. A 27ª Coordenadoria Regional da Educação também diz que tem disponíveis até R$ 15 mil para ajudar a escola a contratar o projeto e instalar itens do PPCI. 
Fonte: Rádio Gaúcha

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