quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escolas de Canoas ainda aguardam por novos professores
Cpers diz que há atraso no cronograma letivo

Tamires Souza

Canoas - Uma das maiores potências mundiais, o Japão, há muito tempo descobriu a fórmula do sucesso: a educação. Motivo que faz o país liderar o ranking da Unesco, que mede o desenvolvimento na área. Enquanto isso, o Brasil amarga o 88º lugar na lista que inclui 127 nações. Mas como melhorar o ensino sem professores? O questionamento é de Cleusa Werner, diretora do 20º Núcleo do Cpers/Sindicato. Segundo ela, nas 36 escolas estaduais de Canoas faltam de 10 a 20% do número de professores necessário. “Recebemos relatos de diretores de colégio que esperam desde o 2º trimestre pela substituição de profissionais afastados. Há até de alunos que nos procuram, preocupados com a falta de aulas’’, salienta Cleusa.
A 27ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE) estima que 177 aprovados no último concurso do magistério sejam destinados para a região que engloba os município de Canoas, Esteio, Nova Santa Rita, Sapucaia e Triunfo. “Deste total, 68 já estão em atividade nas escolas, através de contratos temporários, o restante será chamado até janeiro’’, informa a diretora da 27ª CRE, Lucia Barcelos.
Promessa de solução
Das dez mil vagas abertas no concurso para professores do Ensino Fundamental, Médio, Educação Indígena e Profissional, 5,5 mil candidatos conseguiram alcançar a média da prova. As nomeações devem começar no dia 15 de outubro. A previsão é que até o dia 31 deste mês 1,1 mil sejam empossados. De acordo com a 27ª CRE, até janeiro todos os 177 aprovados para as cinco cidades da região estarão nas escolas. “Esta é uma iniciativa, que tem como prioridade a valorização do professor. Posso garantir que as contratações irão resolver o problema das escolas’’, diz Lucia Barcelos.
Gomes Jardim teme atrasos
Na escola Gomes Jardim, no bairro Estância Velha, a preocupação é quanto a falta de professores de português, literatura e educação física. Segundo a vice-diretora, Elnice Lanes, a contratação destes docentes deve ser urgente. “Há pelo menos cem alunos, de quatro turmas diferentes, que enfrentam este problema. Está muito complicada esta substituição, porque estamos esperando há mais de um mês’’, avalia Elnice. A coordenação da CRE admite que há dificuldades na nomeação por falta docentes na área, mas que está trabalhando para resolver a situação.
Ameaça aos formandos
Alunos de 3º ano podem não conseguir se formar dentro do prazo previsto, conforme a direção da escola Gomes Jardim. Sem as aulas necessárias para a conclusão do curso, os estudantes terão que recuperar o conteúdo e a carga horária. A diretora do 20º núcleo do Cpers, Cleusa Werner, afirma que esta situação também ocorre em outros colégios. “Os alunos estão com medo de não se formar.’’ A Secretaria da Educação defende que este risco não existe.
Diário de Canoas

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Conselho define calendário de mobilização e data de assembleia geral 

O Conselho Geral do CPERS/Sindicato, reunido na sexta-feira 5, aprovou um calendário que aponta a continuidade do debate com a categoria da necessidade da greve para garantir direitos e novas conquistas. A entidade também definiu a data para a realização de uma assembleia geral: 30 de novembro. O sindicato, através de articulação já iniciada, deve discutir uma greve de caráter nacional em defesa da lei do piso e contra outros ataques à educação pública e aos educadores.
O Conselho aprovou, também, a data de 16 de outubro como Dia Estadual de Denúncias. A entidade irá repudiar, nas diferentes regiões do estado, as tentativas de introduzir novamente na rede estadual de ensino mazelas como a enturmação, as escolas de lata e outros ataques à educação pública. Neste dia serão realizadas visitas aos veículos de comunicação, plenárias com a comunidade escolar e outras formas de mobilização. Notas serão publicadas com referências ao dia do professor (15 de outubro) e dia do servidor público (28 de outubro).

Nos dias 19 e 20 de outubro, no hotel Embaixador, em Porto Alegre, o CPERS/Sindicato realiza uma Conferência Estadual de Educação. Com painéis e trabalhos em grupo, o encontro irá discutir as conjunturas educacionais internacional, nacional e estadual e a reforma do ensino médio. No dia 28 de novembro, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal, em Brasília (DF), será realizado um ato político contra o Acordo Coletivo Especial que ataca a CLT ao prever, por exemplo, que o acordado prevaleça sobre o legislado.

A entidade também desenvolverá uma campanha em defesa da saúde do trabalhador em educação. Recente estudo divulgado pela entidade aponta que 49,87% dos educadores do Rio Grande do Sul podem estar com algum tipo de transtorno psíquico, com prevalência daqueles associados ao humor depressivo-ancioso, decréscimo de energia vital e sintomas somáticos.
Na reunião desta sexta, o Conselho também aprovou uma resolução contrária à proposta da CNTE de alterar o indexador de correção do piso salarial. Veja, abaixo, a resolução aprovada.

João dos Santos e Silva
, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
 
 
Em defesa do PSPN – Direitos conquistados pelos trabalhadores não se negociam
Apenas alguns dias após o ingresso da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4848, movida por seis governadores contra a Lei do Piso Nacional, os trabalhadores em educação de todo o país foram surpreendidos com uma decisão do Conselho Nacional de Entidades da CNTE de aceitar alterações no critério de reajuste definido pela Lei nº 11.738/08.

Consideramos essa decisão um grave erro pelos seguintes motivos:
1) A Lei 11.738/08 já foi aprovada, sancionada e sua constitucionalidade já foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal, não cabendo mais recursos aos governos. Portanto, o cumprimento do Piso Nacional é um direito dos educadores de todo o País, do qual não há qualquer razão para abrirmos mão;
2) Além de aceitar a retirada de um direito conquistado, fruto de uma luta histórica dos educadores de todo o País, a decisão da Direção da CNTE fortalece o ataque promovido pelos governadores e o discurso de que é inviável o cumprimento da Lei do Piso;
3) Não cabe à CNTE e ao movimento sindical propor alterações que signifiquem retrocesso nos direitos e na vida profissional dos educadores. Ao contrário, deveria ser papel de nossa Entidade buscar ampliar as conquistas e rechaçar os ataques dos governos;
4) Por fim, consideramos antidemocrática uma decisão tomada sem a ampla participação dos trabalhadores. Essa decisão afeta um direito de centenas de milhares de educadores, que sequer tomaram conhecimento do debate feito pelos dirigentes da CNTE”.

CPERS/Sindicato
Números comprovam que mulheres são mais cuidadosas ao volante

Levantamento também mostra que motoristas do sexo feminino aumentaram em 27% nos últimos cinco anos
Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) aponta que as ruas do Rio Grande do Sul estão sendo invadidas por um motorista de perfil mais consciente e cuidadoso: as mulheres.

Em cinco anos, a presença feminina ao volante cresceu 27%, contra 11% entre os homens. O avanço delas foi ainda mais acentuado sobre duas rodas. O número de mulheres motociclistas aumentou 73% entre 2007 e 2011, mais do que o triplo do índice masculino.

Saiba mais

Confira qual a participação de cada sexo no trânsito

A maior proporção de mulheres ao volante pode abrir perspectivas animadoras. O diferencial feminino, revela o estudo do Detran, é poupar vidas. De cada 100 mil motoristas homens, 34,5 morreram na direção no ano passado. Para cada 100 mil mulheres, as mortes foram 5,1 – sete vezes menos.


Até mesmo nas motos, usualmente vilipendiadas por deixarem o condutor vulnerável, as mulheres mostram que é possível transitar com segurança. Apesar de representarem 15% dos habilitados, as motociclistas são só 3% dos que morrem ao guidão.


O diretor-presidente do Detran, Alessandro Barcellos, lembra que os condutores que passam mais tempo circulando ou estão expostos a riscos maiores, como caminhoneiros e motoboys, costumam ser do sexo masculino, o que pode contribuir para os homens liderarem as estatísticas de acidentes. Mesmo assim, ele entende que a ascensão feminina significa motoristas mais prudentes nas ruas.


— As mulheres estão provando que um trânsito melhor é possível. Elas são um exemplo. Para a raiva de muitos homens, mostram que há um caminho para reduzir os acidentes — afirma.


A psicóloga Aurinez Schmitz, fundadora do Ande Bem Instituto de Psicologia do Trânsito, observa que a maior proporção de mulheres habilitadas está relacionada à independência feminina:


— Faz parte desse processo a mulher se colocar no papel de quem pode se conduzir. Depois que entrou no mercado de trabalho, ela foi rompendo estereótipos, como o de que moto é só para homem.


Segundo ela, é por enxergar o carro como um meio de autonomia, e não como um instrumento para expressar sua competitividade, que o público feminino se envolve menos em acidentes graves.


— Há muitas mulheres agressivas no trânsito. Não podemos santificar um grupo e crucificar outro. Mas elas têm uma característica de maior prudência. Podem dar bons exemplos – diz.

ZERO HORA



Professores concorrem a prêmio por iniciativas de ensino

Estão abertas até o dia 27 próximo as inscrições para o 6º Prêmio Professores do Brasil. A iniciativa do Ministério da Educação foi instituída pela Secretaria de Educação Básica (SEB) para valorizar práticas pedagógicas bem-sucedidas, criativas e inovadoras nas redes públicas de ensino. Este ano, foi criada uma segunda categoria, sobre temas específicos, além da já conhecida, de temas livres. Esta é subdividida nas áreas de educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais e ensino médio. O novo módulo conterá projetos de educação integral ou integrada, ciências para os anos iniciais, alfabetização nos anos iniciais e educação digital, articulada ao desenvolvimento do currículo.
 Cada categoria terá até quatro professores premiados em cada uma das subcategorias, um por região do país. Os autores das experiências selecionadas pela comissão julgadora nacional, independentemente de região e da categoria, receberão R$ 7 mil, além de troféu e certificados expedidos pelas instituições parceiras. Nas edições passadas, os inscritos precisavam apresentar projetos ou atividades concluídos ao fim do ano anterior ao da inscrição. Este ano, serão válidas experiências realizadas até a data da abertura das inscrições. Ou seja, até a última segunda-feira, 1º de outubro. "Ampliamos as possibilidades de participação.
Acreditamos que assim os professores ficarão ainda mais estimulados", ressalta a diretora de formulação de conteúdos educacionais da SEB, Mônica Gardelli. A função do prêmio, de acordo com Mônica, é resgatar e valorizar o papel dos professores como agentes fundamentais no processo formativo das novas gerações. Segundo ela, a iniciativa serve como estímulo para os professores inscritos e também como exemplo para outros profissionais. "A importância do prêmio se deve ao fato de ele valorizar experiências de professores da rede pública", disse. "Essas experiências, ao se tornarem conhecidas, podem ser replicáveis." Mônica salienta que o prêmio também promove a reflexão das intervenções pedagógicas. "Reconhece experiências exitosas no enfrentamento das dificuldades da educação básica", diz.
O Prêmio Professores do Brasil foi instituído em 2005. Até a segunda edição, premiava professores da educação infantil e séries-anos iniciais do ensino fundamental. A partir da terceira edição, estendeu-se a todas as etapas da educação básica — educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio. As inscrições para a sexta edição devem ser feitas na página do prêmio na internet(site do MEC). Nela, o professor também encontra informações relevantes e o regulamento.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Professor do Ensino Fundamental no Brasil é um dos mais mal pagos no mundo

Em São Paulo, por exemplo, educador recebe 10% do valor que é pago na Suíça 


Professores brasileiros em escolas de Ensino Fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É o que mostram levantamentos realizados por economistas, por agências da ONU, Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
 
Prestes a comemorar o Dia Internacional do Professor, na sexta-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um alerta, apontando que a profissão em vários países emergentes está sob "forte ameaça" diante dos salários baixos. Em um estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas constataram que um professor do Ensino Fundamental em São Paulo ganha, em média, US$ 10,6 mil por ano.
 

O valor é apenas 10% do que ganha um professor nesta mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em Zurique seria de US$ 104,6 mil por ano. Em uma lista de 73 cidades, apenas 17 registraram salários inferiores aos de São Paulo, entre elas Nairobi, Lima, Mumbai e Cairo.
 
Em praticamente toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão, os salários são pelo menos cinco vezes superiores ao de um professor do Ensino Fundamental em São Paulo. Guy Ryder, o novo diretor-geral da OIT, emitiu um comunicado na quarta-feira no qual apela para que governos adotem estratégias para motivar pessoas a se tornarem professores. Sua avaliação é de que, com salários baixos, a profissão não atrai gente qualificada. O resultado é a manutenção de sistemas de educação de baixo nível.
 
— Muitos não consideram dar aulas como uma profissão com atrativos — disse.
 
Para Ryder, a educação deve ser vista por governos como "um dos pilares do crescimento econômico". Outro estudo — liderado pela própria OIT e pela Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) e realizado com base em dados do final da década passada — revelou que professores que começam a carreira no Brasil têm salários bem abaixo de uma lista de 38 países, da qual apenas Peru e Indonésia pagam menos.
 
O salário anual médio de um professor em início de carreira no país chegava a apenas US$ 4,8 mil. Na Alemanha, esse valor era de US$ 30 mil por ano. Em um terceiro levantamento, a OCDE apontou que salários de 2009 no grupo de países ricos tinham uma média de US$ 39 mil por ano no caso de professores do Ensino Fundamental com 15 anos de experiência. O Brasil foi um dos poucos a não fornecer os dados para o estudo da OCDE.
 
Em uma comparação com a renda média nacional, os salários dos professores do Ensino Fundamental também estão abaixo da média do País. De acordo com o Banco Mundial, o PIB per capita nacional chegou em 2011 a US$ 11,6 mil por ano. O valor é US$ 1 mil a mais que a renda de um professor, segundo os dados do UBS.
 
Já a OCDE ressalta que professores do Ensino Fundamental em países desenvolvidos recebem por ano uma renda 17% superior ao salário médio de seus países, como forma de incentivar a profissão. Na Coreia do Sul, os salários médios de professores são 121% superiores à média nacional.
 
O Fórum Econômico Mundial apontou recentemente a Coreia como uma das economias mais dinâmicas do mundo e atribuiu a valorização da educação como um dos fatores que transformaram uma sociedade rural em uma das mais inovadoras no século 21. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

ZH

Funcionários do Banrisul decidem manter greve

Paralisação do banco, único que ainda está parado no país, entra no 17º dia 

Funcionários do Banrisul decidiram, em assembleia nesta quinta-feira, manter a greve da categoria, iniciada no dia 18 de setembro. O grupo reuniu-se no Clube do Comércio e optou pela sequência da paralisação, apesar dos avanços obtidos em reunião nessa quarta-feira.

Ontem, representantes dos funcionários do Banrisul em greve, do Sindicato dos Bancários da Região Metropolitana (SindBancários) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS) retomaram as negociações com a direção do banco. A reunião durou cerca de sete horas e a recomendação da Fetrafi-RS era de que a greve fosse encerrada, o que acabou não ocorrendo.

A greve no Banrisul começou no dia 18 de setembro, junto com os demais bancos públicos e privados de todo o país. Na terça-feira, a Fetrafi-RS contabilizava mais de 300 unidades paralisadas. No mesmo dia, os funcionários do banco fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre e entregaram um ofício ao Governo do Estado, solicitando a retomada imediata das negociações.

ZERO HORA

terça-feira, 2 de outubro de 2012


Ato político defende a lei do piso e repudia Adin impetrada pelo governo Tarso

 

O CPERS/Sindicato realizou na noite desta segunda-feira, 01, no Teatro da Amrigs, em Porto Alegre, um ato nacional em defesa do piso nacional e de repúdio à Adin 4848 impetrada pelo governador Tarso Genro e outros cinco governadores.
 

A construção de uma greve nacional em defesa da lei do piso foi pautada na maioria das falas durante o evento que reuniu centenas de educadores do Rio Grande do Sul e representantes de entidades de educadores de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Distrito Federal, além da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.
 
 
Para o CPERS, o governo gaúcho afronta a dignidade do povo brasileiro, que espera dos governos mais respeito ao direito de se ter educação de qualidade e à valorização dos trabalhadores em educação.
Ao questionar o indexador que corrige o valor do piso, o governador Tarso repete medida adotada pela ex-governadora Yeda Crusius, que questionou o piso como vencimento básico das carreiras.
 
A Adin 4848 também é assinada pelos governadores André Puccinelli (PMDB/MS), José de Anchieta Jr. (PSDB/RR), Marconi Perillo (PSDB/GO), Raimundo Colombo (PSD/SC) e Wilson Martins (PSB/PI).
 
De acordo com a lei, o piso deve ser reajustado anualmente pelo valor do custo-aluno do Fundeb. Reajustar o piso pelo INPC, como quer o governador gaúcho, representa um golpe numa importante conquista dos educadores brasileiros.A Adin 4848 também é assinada pelos governadores André Puccinelli (PMDB/MS), José de Anchieta Jr. (PSDB/RR), Marconi Perillo (PSDB/GO), Raimundo Colombo (PSD/SC) e Wilson Martins (PSB/PI).
 
De acordo com a lei, o piso deve ser reajustado anualmente pelo valor do custo-aluno do Fundeb. Reajustar o piso pelo INPC, como quer o governador gaúcho, representa um golpe numa importante conquista dos educadores brasileiros.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
 
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Devido à falta de professores, Secretaria Estadual de Educação volta a fundir turmas pequenas.

Cpers sustenta que fusões vão atrapalhar o final de ano


Marcelo Gonzatto
 
Para combater a falta de professores, o governo estadual está colocando em prática uma medida que despertou polêmica na administração passada: a reorganização de turmas.

Embora o processo seja semelhante ao adotado durante a gestão da ex-secretária Mariza Abreu, baseado na fusão de turmas pequenas a fim de liberar educadores e poupar recursos, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) nega que o procedimento seja o mesmo. O Cpers critica a medida.
Há cerca de uma semana, as 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) estão trabalhando sob a orientação de analisar a quantidade de estudantes por turma nos colégios estaduais, identificar salas de aula subutilizadas devido ao baixo número de estudantes e propor fusões que resultem em turmas maiores. Embora o processo ainda esteja no início e não existam dados consolidados, já resultou em mudanças em estabelecimentos como a Escola Estadual de Ensino Fundamental Ildefonso Gomes, em Porto Alegre.

O responsável pela 1ª CRE, Antonio Branco, revela que uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental que contava com seis estudantes foi absorvida por outras duas.

— Nas duas turmas que receberam os estudantes, o número total não passa de 25. O que estamos fazendo é racionalização do desperdício, já que em outras escolas falta professor — argumenta o coordenador.

Conforme a direção da 1ª CRE, na Capital cerca de "meia dúzia" de escolas deverão sofrer eliminações de turmas. Irmão de um aluno do colégio Ildefonso, Ismael Oliveira se revoltou com as mudanças em um e-mail encaminhado ao Cpers e publicado na internet.

— Não bastasse isso, a enjambração, digo, enturmação no Ildefonso ainda leva à mudança de turno: todo o turno da tarde das séries envolvidas faleceu. E a vida de todos os envolvidos pode mudar assim com uma assinatura, em um trâmite burocrático de quem não tem dinheiro para investir na secretaria mais valiosa? — criticou.

Conforme o secretário estadual da Educação, Jose Clovis Azevedo, o processo foi deflagrado sem prazo para terminar como uma maneira de "melhorar a gestão de pessoal" e minimizar a falta de professores.

— Não é uma política de passar a régua, encher as salas de aula de alunos. É só onde existir algum exagero e se possa, sem prejuízo aos alunos, reunir alguma turma e racionalizar mais os recursos humanos — afirma.

O Estado já está no limite de contratações emergenciais possíveis para suprir carências, o que levou ao cancelamento de contratos temporários em Canoas — situação que o secretário afirma estar sendo normalizada. Além disso, as nomeações previstas do último concurso (veja quadro) não são suficientes para eliminar as carências.

Em 2007 e 2008, o governo do Estado implementou uma filosofia semelhante, que resultou na supressão de aproximadamente 4 mil turmas de Ensino Fundamental e Médio. Isso representou uma queda de aproximadamente 8,7% em relação ao que havia em 2006. Na época, o Cpers e a oposição, que incluía o PT, criticaram a medida como prejudicial ao ensino por elevar o número de estudantes nas salas de aula, dificultando o trabalho dos educadores.

Cpers sustenta que fusões
vão atrapalhar final de ano
O Cpers já se mobiliza contra a iniciativa do Piratini de fundir turmas na Educação Básica. Para a diretora-geral do 39º núcleo da entidade, Marly Cambraia, que atua em Porto Alegre, a política é nociva para o ensino:

— Juntar turmas com ritmos diferenciados em pleno mês de setembro, com o professor passando de 25 para 40 alunos em sala de aula, traz como repercussão o caos no final do ano. É a mesma enturmação colocada em prática pelo governo Yeda.

O secretário da educação sustenta que a medida não traz prejuízo pedagógico e não tem relação com a política de reorganizar turmas executada durante a gestão de Yeda Crusius pelo fato de que devem ser seguidas as recomendações do Conselho Estadual da Educação sobre o número máximo de alunos em cada sala de aula.

— Não se trata de uma enturmação do tipo que foi feito naquela época, em que havia 40, 50 alunos por sala. Temos uma regra definida pelo Conselho e não vamos ultrapassar isso.

Secretária da Educação à época, porém, Mariza Abreu afirma que também seguia os parâmetros que preveem 25 alunos no 1º ano, 30 até o 4º, e 35 até o final do Fundamental. A regra não especifica o limite para o Ensino Médio, mas a secretaria adotou 40 estudantes como o máximo ideal. Mariza admite que em alguns casos não foi possível respeitar essa escala, mas teriam sido em "pouquíssimas" turmas.

— Sem ironia, fico muito satisfeita que o governo do PT esteja colocando em prática essa medida, continuando uma política nossa, porque é bom para a educação do Estado. Na época, nós respeitamos os mesmos critérios do Conselho da Educação — garante Mariza.
Zero hora

INSS inicia implantação da perícia médica eletrônica
A perícia médica eletrônica do INSS, como vem sendo chamado o novo serviço de atendimento do órgão, vai contar com um atestado médico eletrônico, autenticado pela certificação ICP-Brasil, que beneficiará os trabalhadores impossibilitados de cumprir as suas funções, por motivo de doença, por período de até 60 dias. Aqueles que estiverem nessa situação, de acordo com o INSS, não vão mais precisar passar pela perícia médica para ter direito à concessão do benefício do seguro social, facilitando a vida do trabalhador e também dos peritos. Além disso, a novidade visa evitar fraudes como a falsificação de atestados e o período de afastamento, já que as informações da quantidade de dias afastados e o CID serão passadas pelo próprio médico ao INSS, por meio eletrônico, utilizando os certificados digitais. Como funciona Os trabalhadores que ficarão afastados do serviço por até 60 dias, por motivo de doença, poderão procurar um médico de sua preferência, que pode ser tanto da rede pública quanto da privada, para que ele possa fazer o diagnóstico da doença, lembrando que o médico deve possuir a certificação digital fornecida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). O médico, por sua vez, acessa o site da Previdência Social, faz a autenticação eletrônica do atestado, usando a certificação digital ICP-Brasil, e emite ao órgão os dados da consulta e do afastamento do segurado, com o benefício sendo concedido automaticamente. É importante ressaltar que a perícia médica eletrônica do INSS é válida apenas para os segurados obrigatórios (contribuinte individual, empregado, avulso e doméstico), enquanto os empregados afastados por motivo de acidente de trabalho ainda necessitam passar pela consulta com os peritos do INSS. Para maiores detalhes a respeito da perícia médica eletrônica do INSS, você pode ligar para o telefone 135 ou entrar em contato com o Ministério da Previdência Social através do site www.previdencia.gov.br.

Professores da rede estadual são dispensados


O Governo do Estado, através da 27ª Coordenadoria Regional de Educação, está dispensando professores contratados da rede estadual de ensino de Canoas, agravando a situação do ensino no município. Segundo a diretora do 20º Núcleo do CPERS Sindicato - Canoas, Cleusa Werner, o sindicato está recebendo denúncias de direções de escolas do município em virtude da dispensa dos professores da rede estadual. De acordo com Cleusa, a alegação é de que está esgotada a fonte de custeio do governo nesse âmbito. "Há, inclusive, a informação de que as vagas para professores do Estado estariam zeradas. Isso é preocupante, pois a realidade das escolas mostra a necessidade da contratação de mais professores”, fala Cleusa. A diretora do 20º Núcleo do CPERS Sindicato – Canoas afirma, ainda, que mais de 30 professores foram dispensados em Canoas, sendo que tinham recebido nomeação recente e haviam trabalhado cerca de um mês.
 
Cleusa Werner pondera que devido à necessidade de profissionais do ensino que se apresenta nas escolas, muitos professores acabam fazendo negociações com a direção para poderem atuar antes mesmo da conclusão do processo de contratação, no intuito de melhorar a situação do ensino, auxiliando os estudantes. "Há muitos alunos que estão sendo prejudicados pela dispensa dos profissionais da educação”, reitera. Cleusa diz que muitos colégios da rede estadual estão sem professores em disciplinas como história, matemática e geografia. "As direções estão procurando a Coordenadoria para reclamar sobre a situação. No entanto, recebem a resposta de que devem se virar como puderem, trazendo profissionais de outros setores ou incorrendo nas "enturmações”, quando muitas turmas se juntam pela falta de professores”, completa Cleusa.
 
De acordo com informações do CPERS Sindicato, os profissionais dispensados sequer receberão os vencimentos relativos aos meses trabalhados. E os seus postos de trabalho não serão ocupados por profissionais concursados.
 
As contratações emergenciais foram feitas por falta de profissionais nas escolas da rede estadual no município. O CPERS Sindicato pondera, ainda, que desligamento dos professores três meses antes do final do ano letivo é algo que causa prejuízos aos alunos. "Será o retorno da velha "enturmação”? Nada diferente do que ocorreu no governo passado. Em Porto Alegre, já existem denúncias de que as "enturmações” estão sendo retomadas”, completa.
 
A diretora do 20º Núcleo do CPERS Sindicato – Canoas enfatiza que há a espera de uma resolução para esse caso, de forma a beneficiar os estudantes e melhorar a situações das escolas. "Estamos abertos ao diálogo para com o governo. Mas, caso o problema não seja solucionado, há a possibilidade de tomada de ações jurídicas em relação a isso”, expõe Cleusa. 
O Timoneiro.
 
Dia Internacional da Terceira Idade
Data para reflexão sobre a qualidade de vida na 3ª idade (1/8)

No dia 01 de outubro comemora-se o Dia Internacional da Terceira Idade. Com uma das maiores populações idosas do mundo, o Brasil precisa refletir a qualidade de vida que é oferecida as pessoas com mais de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000, atualmente o país possui mais de 14,5 milhões de idosos. O que equivale a cerca de 8,6% da população.

Segundo a geriatra e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, o crescimento acelerado da população idosa encontrou nossa estrutura sociocultural despreparada. “Até pouco tempo, o Brasil era uma nação de jovens. Agora, caminhamos para nos tornarmos o sexto país do mundo em número de idosos. Mas ainda é grande a desinformação e as particularidades do envelhecimento em nosso contexto social”, alerta a médica.

A expectativa de vida praticamente dobrou no decorrer do século XX e isso trouxe mudanças e problemas. “São muitos os que chegam aos 70, 80 anos em condições físicas, às vezes, muito boas, mas aposentados desde os 50 anos, e, por causa da inatividade na sociedade, com saúde psicológica abalada. Em outros casos, encontramos idosos dessa idade, com saúde física e mental sem qualidade”, afirma a médica.

O aumento da longevidade criou também problemas sérios no relacionamento familiar, especialmente no que se refere a como lidar com um parente de idade mais avançada. Atualmente, é difícil uma família que não tenha alguém com 70, 80 anos em condições físicas nem sempre ideais.

“No entanto, não são poucas as pessoas que envelhecem e chegam aos 80 anos em plena atividade sem passar pelo processo de caduquice física e intelectual que tanto nos assusta”, explica a psicanalista.

Para a geriatra, o Dia Internacional do Idoso tenta chamar nossa atenção para o envelhecimento da sociedade. “Precisamos refletir sobre o nosso comportamento com e na terceira idade, e o desenvolvimento de uma nova postura em relação a essa etapa da vida, mesmo porque todos nós queremos chegar lá. E essa é uma oportunidade especial para alertarmos e sugerirmos mudança de comportamento para aqueles que lidam com idosos ou que já estão com a idade avançada”, lembra Soraya.

Segundo ela, a saúde na terceira idade depende dos cuidados no passado, pois a qualidade de vida depois dos 60 é determinada pelas atividades que a pessoa desenvolveu, de como se alimentou e se comportou. Soraya garante que é possível gozar de vida saudável mesmo nas idades mais avançadas, e que, envelhecer pode representar uma conquista e não um castigo, quando se tem uma vida saudável antes, durante e depois do processo de envelhecimento. “A lista de recomendações é enorme, mas qualidade de vida com exercícios físicos, alimentação equilibrada, autoestima, equilíbrio emocional, sono reparador e prevenção são os grandes pilares da saúde também na terceira idade”, finaliza a médica e psicanalista.
http://sorayahissa.com.br/art18.htm