quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Câmara aprova texto original do Senado sobre royalties

A proposta aprovado não reserva recursos para áreas de educação ou saúde 

Brasília -
A Câmara dos Deputados aprovou no início da noite desta terça-feira (6), por 296 votos a favor e 124 contra, o texto original oriundo do Senado sobre distribuição de royalties do petróleo. O projeto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.
O texto aprovado não reserva royalties para áreas de educação ou saúde, como previa um substitutivo apresentado pelo deputado Carlos Zaratini (PT-SP) e que destinava 100% da parcela de estados e municípios à área da educação, como queria o governo.
Zarattini disse que o seu relatório, apresentado nesta tarde, trazia avanços em relação ao texto do Senado. A derrota, segundo ele, se deve a uma tabela da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com dados de que a versão da Câmara traria perdas maiores do que a do Senado para todos os municípios. "Houve uma confusão", afirmou.
Texto aprovado
O relatório do Senado traz uma redução de 30% para 20% na fatia de royalties destinada à União. Por isso, pra chegar no valor de 46% até 2016, o texto propõe que a partir de 2013 a União receba uma compensação na participação especial de 1% ao ano.
Os estados produtores deixariam de receber os atuais 26,25% dos royalties, passando para 20%. Os municípios produtores também passariam de 26,25% para 13% em 2013 e 4% em 2020. Municípios afetados por embarcações sairiam dos atuais 8,75% para 3% em 2013 e 2% em 2020.
Estados e municípios não produtores aumentariam sua fatia nos royalties: sairiam dos atuais 7% para 21% em 2013, chegando a 27% em 2020. Os municípios não produtores também veriam crescer sua parcela: dos atuais 1,75%, passariam a 21% em 2013 e 27% em 2020.

Fonte: Diário de Canoas

Juízes federais e trabalhistas vão, mesmo, parar nesta semana

 (06/11/2012)

Juízes federais e trabalhistas insatisfeitos com os seus apreciáveis salários prometem cruzar os braços amanhã (7) e quinta-feira (8) para dar visibilidade à causa. O movimento é liderado pelas duas maiores entidades de classe das categorias, a Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

A Ajufe e a Anamatra - que representam cerca de 5 mil juízes - ainda não sabem qual será a taxa de adesão nem os efeitos da greve para a sociedade. “Mas, ressaltamos que haverá magistrados de plantão para emergências e que todas as audiências agendadas para o período da paralisação serão remarcadas”, informa a assessoria da Ajufe.

Os juízes também anunciaram o boicote à Semana Nacional de Conciliação, que é feita pelo CNJ desde 2006 e neste ano será de 7 a 14 de novembro. No ano passado, a Justiça Federal e a Justiça do Trabalho fizeram quase 110 mil audiências e cerca de 50 mil acordos, que totalizaram R$ 748 milhões.

Embora recebam salário entre os mais altos no funcionalismo público - quase R$ 22 mil em início de carreira - os juízes da União não concordam com a alegada corrosão dos vencimentos nos últimos anos devido à inflação. Eles argumentam que, embora a Constituição preveja revisão anual dos subsídios, houve apenas um reajuste de 9% desde 2005.

A categoria não concordou com o mesmo percentual oferecido pelo Executivo aos servidores federais em agosto deste ano, de 15,8% até 2015, e pede readequação para 28,86% apenas em relação às perdas dos anos anteriores.

Caberá ao Congresso Nacional bater o martelo sobre a taxa final de reajuste, e as entidades prometem procurar parlamentares durante a paralisação para negociar um novo patamar salarial. Os magistrados também querem negociar a atualização dos salários de acordo com o tempo de serviço. (Com informações da Agência Brasil).

O calendário dos feriados e paralisações em novembro

Dias 1º e 2 - feriados, já gozados;

Dias 3 e 4 - sábado e domingo;

Dias 5 e 6 - trabalho normal;

Dias 7 e 8 - paralisação (obs: inclusive sem a homologação de acordos);

Dia 9 (sexta-feira) - dia de trabalho;

Dias 10 e 11 - sábado e domingo;

Dias 12, 13 e 14 - retomada das atividades (obs.: mas sem a homologação de acordos);

Dia 15 (quinta-feira) - feriado nacional;

Dia 16 (sexta-feira) - dia de trabalho;

Dias 17 e 18 - sábado e domingo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A mulher ainda sujeita ao assédio sexual
 

(05.11.12) 

A mulher está mais sujeita ao assédio sexual em todas as carreiras e isso se deve, principalmente, à cultura brasileira de "objetificação do corpo feminino" e pela ideia enganosa de que mulheres "dizem não querendo dizer sim", já que esse tipo de mentalidade infelizmente permeia toda a sociedade, independente da condição social ou do nível de escolaridade. 
De acordo com o ranking anual elaborado e divulgado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil saltou de 82º para 62º lugar em se tratando de redução de desigualdade de gêneros. Tanto a Constituição Federal brasileira quanto a legislação infraconstitucional – trabalhista, eleitoral, civil e penal - trazem diversos dispositivos de proteção à mulher.
 
Questiona-se se o conjunto de leis tem sido suficiente para impedir que milhares de mulheres - que vêm conquistando mais espaço no mundo do trabalho - sejam tratadas de forma discriminatória, humilhante e muitas vezes doentia?
 
Diariamente juízes do Trabalho de todo o país julgam processos com pedidos de reparação por dano moral decorrente de assédio a mulheres. Os casos vão para as páginas oficiais dos tribunais, muitos ganham destaque aqui no Espaço Vital e nos jornais de repercussão nacional. Mas segundo os magistrados, esses processos representam apenas a ponta do iceberg do grande problema trabalhista contemporâneo: o assédio.
 
Em entrevista preparada pela Secretaria de Comunicação Social do TST, a ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente da Corte, fala sobre assédio sexual e assédio moral.
 
Como podem ser identificados os assédios moral e sexual nas relações de trabalho?
Cristina Peduzzi - Todos nós sabemos que há uma dificuldade probatória maior no assédio sexual por que as pessoas que o praticam têm consciência do objetivo e por isso tomam cautela e ele é realizado entre quatro paredes. Pode se caracterizar por palavras, olhares, desde que induzam ao sexo. Então é realmente bem mais difícil, tanto que a prova do assédio sexual, eu digo, tem que ser construída de alguma forma. Ele ocorre num nível vertical, de um superior em relação a um inferior e o objetivo é ou garantir o emprego ou uma promoção ou um benefício. A vítima deve se munir de todas as cautelas, deixar alguém escutando. 
A vítima pode gravar uma ligação telefônica, mas não pode fazer escuta telefônica, isso é prova ilícita (colocar dispositivo para obter cópia de uma conversa de terceiros).
 
Mas se receber um telefonema do agressor e o gravar, isso serve como prova, não é prova ilícita. Já no assédio moral, a prova não é tão difícil de ser construída, pois ao contrário do assédio sexual, ele se constitui necessariamente de atividades continuadas, sendo que o percentual desse tipo de assédio, em sua maioria, é de mulheres. Atinge uma esfera exclusivamente moral, psíquica, e, embora seja difícil ser provado, como é uma repetição de atos praticados no ambiente de trabalho, eu diria, é muito simples qualquer colega poder comprová-lo.
 
Embora o assédio no trabalho seja tão antigo quanto o próprio trabalho, a partir de quando passou a ser identificado como algo destrutivo? 
Cristina Peduzzi - Os primeiros estudos sobre o tema ocorrerem na década de 1980 e foram realizados pelo psicólogo alemão Heinz Leymann, quando, ao estudar na Suíça, nas grandes organizações o comportamento dos empregados, identificou esse fenômeno (a fragilidade da autoestima em relação a determinados empregados e que afetava a produtividade). Então é um instituto que não é exclusivo do campo do Direito, também tem a ver com a medicina, especialmente com a medicina do trabalho, porque ocorre no ambiente de trabalho e afeta a produtividade e a saúde psicológica do empregado, que começa a não querer trabalhar porque está sendo rejeitado. O assédio pode ser um ato concreto ou uma omissão, quando se despreza o empregado, sem lhe passar atribuições. Ele chega no local de trabalho e fica desestimulado, sentindo-se improdutivo, ignorante, porque ninguém lhe dá atribuições. Também pode ocorrer quando se passa atribuições desnecessárias e estranhas ao contratado.
 
Por isso é que são atos que, à primeira vista, individualmente considerados, podem não ter uma grande repercussão, mas, na soma, afetam a saúde psíquica do empregado e ele começa a ficar desmotivado e isso irá causar danos ao seu comportamento profissional amanhã e em outra área, com outro empregador. A doutrina fixou o prazo, inicialmente de seis meses, como suficiente para caracterizar o assédio moral, mas eu já vi que a jurisprudência é muito flexível em relação a isso. Pode ser um prazo até um pouco menor, mas tem que haver uma continuidade, não é um ato isolado. Pode, ainda, existir um ato sujeito à reparação, que produz dano moral e que não é assédio moral, como, por exemplo, as revistas íntimas, que não entendo ser assédio moral, embora muitos a classifiquem como tal. Hoje o Tribunal admite revistas por segurança, à exceção da revista íntima em que há invasão de intimidade. 
O assédio sexual, na maioria dos casos, ocorre entre os desiguais. Por quê? 
Cristina Peduzzi - Porque o assédio sexual, como tem natureza vertical descendente, sempre ocorrerá de um superior em relação a um subordinado e acontecerá num ambiente de trabalho, por ter a ver com ele e significar exatamente uma moeda de troca, por isso o constrangimento. Se acontecer com um colega de trabalho, o empregado pode não aceitar, mas se depender daquele emprego para manter a família, irá pensar duas vezes em romper o vínculo. Então o assédio sexual sempre ocorrerá entre desiguais, do ponto de vista hierárquico. Em matéria de gênero, a maioria das vítimas é de mulheres, mas pode ocorrer de uma mulher em relação a um homem ou entre pessoas do mesmo sexo. O que o tipo penal identifica é a superioridade hierárquica do agressor, que é o que justamente causa o constrangimento e identifica o assédio sexual.
 
Nas ações dirigidas à Justiça do Trabalho, qual é o mais comum: o assédio entre dois colegas ou entre subordinado e superior?
Cristina Peduzzi - O mais comum é o do superior hierárquico em relação ao subordinado, até porque é ele quem tem o poder. Por que veja, o assédio sexual tem como finalidade obter vantagem, mas o objetivo no assédio moral é desestabilizar a pessoa, fragilizando e levando-a a pedir demissão, ou aderir ao PDV, ou requerer aposentadoria ou uma transferência. Então o objetivo é desestabilizar para pôr fim ao vínculo. Isso é a construção, porque ainda não existe a tipificação, mas essas foram as características que a doutrina e a jurisprudência desenvolveram. Foi muito comum o empregado que não queria aderir ao PDV e colocar fim ao contrato, sendo mais fácil desprezá-lo do que lhe dizer que havia perdido o emprego.
 
Ou seja, se a pessoa não é instruída, ela diz, deixa para lá, até que se canse e peça para ir embora, arrume outro emprego. Isso ocorre muito, um representante qualquer, principalmente em grandes organizações. Quando se estudou o instituto, o fenômeno, aí se estabeleceu a necessidade de haver um mecanismo de prevenção. Hoje, o que é mais estudado em relação ao assédio moral é o mecanismo de prevenção e de esclarecimento, a fim de evitá-lo, porque o artigo 932, inciso II do Código Civil é expresso – a empresa responde pelos atos de seus representantes e prepostos - o empregador também pode responder financeiramente. Pelo ilícito civil, responde a empresa, independente do nível hierárquico do empregado que praticou o assédio moral.
 
Existe algum dispositivo preveja punição para a prática dos assédios moral e sexual?
 
Cristina Peduzzi - Dependendo do caso, o empregado poderá requerer a despedida indireta, cujos consectários seriam o recebimento de todas as verbas trabalhistas decorrentes, equiparada a uma despedida imotivada. No mais, são ilícitos civis trabalhistas, aplicando-se aí o Código Civil, segundo o qual a reparação do dano moral é proporcional ao dano. Na hipótese de haver danos materiais, o Código Civil prevê a indenização, ao definir o valor do dano moral, são os lucros cessantes e os danos emergentes. O dano material é acumulável com a indenização pelo dano moral, dispondo, ainda, o artigo 950, parágrafo único do Código Civil, que se a pessoa teve um decréscimo na sua capacidade de trabalho ou teve que cessá-lo, ainda há a possibilidade de requerer pensão.
 
Há um panorama dos casos de assédio sexual envolvendo as mulheres?
 
Cristina Peduzzi - O número de casos judiciais de assédio sexual é muito pequeno. De acordo com estatística da Organização Internacional do Trabalho, em 2000, 52% das mulheres tinham sido assediadas, mas posso assegurar que hoje esse índice deve ser bem inferior. Primeiro porque é crime, depois por causa das campanhas de esclarecimento e também pela segurança que a mulher tem hoje no mercado de trabalho, por representar 50% da força de trabalho. Mas o número de casos ajuizados é bem pequeno. Aqui no Tribunal se julguei dois ou três casos nos últimos anos foram muitos, até pela dificuldade da prova. Já assédio moral, são muitos, cada dia mais.
 
Por que no Brasil o assédio sexual é crime, conforme a Lei n° 10.224/2001?
 
Cristina Peduzzi - Porque não há necessidade, haja vista a legislação trabalhista prever especificamente no artigo 483 da CLT - que elenca as faltas graves patronais - que o empregador não pode praticar qualquer ato que atente contra a honra e boa fama do empregado. Então já está tipificado no artigo 483 como ilícito trabalhista e, assim, já é um ilícito trabalhista pela própria previsão existente no referido artigo e o que se fez foi forçar realmente a redução da prática com a tipificação como crime. E reduziu mesmo. Na prática do ilícito civil quem responde pela reparação é o empregador, mas no penal é quem o praticou.
 
Políticas para conscientizar sobre o problema inibem a prática? 
Cristina Peduzzi - Sem dúvida. Com a descoberta desses atos aparentemente inofensivos, como produtores de efeitos maléficos no ambiente de trabalho para o trabalhador nas décadas de 1980 e 1990, começou a se identificar o instituto e as primeiras ações já foram ajuizadas em 2000. Ela é um instrumento da maior importância e eficiência, por esclarecer o empregador, do pequeno ao grande e também o empregado, que, uma vez esclarecido, poderá reagir e impedir que a prática seja uma constante.


TJRS anuncia horários especiais durante feriados de fim-de-ano e verão

 
(05.11.12)

O TJRS expediu no último dia 31 três ordens de Serviço (nºs 8, 9 e 10/2012) que dispõem, respectivamente, sobre os horários especiais de funcionamento do Judiciário Estadual nos feriados de Natal e de Ano Novo, nos meses de janeiro e fevereiro e na Quarta-Feira de Cinzas.

* Nos dias 24 e 31/12 não haverá expediente no TJRS e no primeiro grau de jurisdição. Nessas datas, serão mantidos os serviços jurisdicionais sob regime de plantão.

* Nos dias 26/12 e 02/01/13, o horário de expediente será das 12h às 19h, de forma ininterrupta, mantendo-se os serviços jurisdicionais sob regime de plantão.

* Nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, o horário de expediente, nas segundas-feiras, nos serviços auxiliares do TJRS e no primeiro grau de jurisdição, será das 12h às 19h, de forma ininterrupta, mantendo-se os respectivos serviços jurisdicionais sob regime de plantão, e sem prejuízo das audiências já designadas.

* Nas sextas-feiras, o expediente ocorrerá das 8h às 15h, com intervalo para almoço de 30 minutos, mediante revezamento, a critério das chefias, mantendo-se os respectivos serviços jurisdicionais sob regime de plantão, e sem prejuízo das audiências já designadas. A mesma regra se aplicará no dia 1º de março de 2013.

* No dia 13/02/13, quarta-feira de cinzas, o horário de expediente será das 12h às 19h, de forma ininterrupta, mantendo-se os respectivos serviços jurisdicionais sob regime de plantão, e sem prejuízo das audiências já designadas.

Aprovada criação de comissão de juristas para atualizar Lei de Execução Penal
 

O Plenário do Senado aprovou a criação de uma comissão especial de juristas para realizar estudos e propor a atualização da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984), que trata do direito do preso e do internado nas penitenciárias do Brasil e da sua reintegração à sociedade. A comissão terá 60 dias para apresentar um anteprojeto. Pelo texto, a comissão será composta por 11 membros com “notório saber jurídico e reputação ilibada” a ser designados pelo próprio Sarney, presidente do Senado. Ela tem por objetivo realizar estudos e propor soluções para a atualização do texto normativo, com a apresentação de um anteprojeto de lei. A comissão especial poderá receber sugestões dos cidadãos em geral e também realizar audiências públicas com especialistas no assunto e interessados da sociedade. A comissão da Lei de Execuções Penais se soma a outras formadas nos últimos anos para colaborar no processo de atualização da legislação brasileira. Ela funcionará nos mesmos moldes das já instituídas no Senado com propósito semelhante, como as encarregadas de propor as reformas dos códigos de Processo Penal, de Processo Civil, de Defesa do Consumidor e do Código Penal. As duas primeiras propostas - PLS 156/2009 e PLS 166/2010 - já foram aprovadas no Senado e agora tramitam na Câmara dos Deputados. Já os projetos dos novos códigos de Defesa do Consumidor (PLS 281/2012) e Penal (PLS 236/2012) seguem em tramitação na Casa.
 Previdência, Trabalho Saúde - Oscar Andrades
 
O município de Dois Irmãos, no Vale do Sinos (RS), 53 anos depois da sua emancipação, entra para a história política do Rio Grande do Sul ao eleger pela primeira vez uma prefeita. A administração da cidade ficará com a técnica de enfermagem Tânia Terezinha da Silva, 49 anos, no mínimo, pelos próximos quatro anos (2013 a 2016). Filiada ao PMDB desde 1995, ela recebeu 9.450 votos dos eleitores no dia 7 de outubro. O que chama atenção na eleição desta mulher negra e com dreadlocks — forma de se manter os cabelos que se tornou mundialmente famosa com o movimento rastafári —, é que Tânia está em um município onde predominam descendentes de alemães. A escolha coloca a futura prefeita ao lado de políticos negros como Alceu Collares — prefeito de Porto Alegre de 1986 a 1989, governador de 1991 a 1995 e deputado federal por cinco mandatos —, e do ex-deputado estadual Carlos Santos (falecido em 1989), que assumiu por duas vezes interinamente o governo gaúcho em 1967. Tânia teve uma grande conquista porque, das 35 mulheres eleitas no Rio Grande do Sul, é a única negra, de acordo com levantamento da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs). O Estado tem 497 municípios. Com forte militância na área da saúde e da assistência social, ela conquistou a confiança da comunidade de Dois Irmãos, principalmente na zona rural do município, onde trabalhou nos postos dos bairros São João e Travessão e na emergência que funciona 24 horas. Além disso, foi eleita três vezes vereadora do município. Em 2008, entrou para a história de Dois Irmãos como a mais votada da cidade, com 2.055 votos. A marca até hoje não foi superada por nenhum candidato. Em 2010, uma nova alegria: foi a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal. “Tanto no Legislativo quanto nas unidades de saúde, minha proposta sempre foi resolver o problema das pessoas. Atendia todos e buscava uma solução para o pedido de cada morador da cidade”, comenta. Para Tânia, é fundamental dar importância ao que as pessoas estão falando e, segundo ela, esse foi o diferencial em 2012. Ela acredita que três paradigmas foram quebrados: o fato de ser a primeira mulher a concorrer à prefeitura, ser negra e divorciada. “A população queria algo novo, forte e diferente. A competência e o trabalho em favor da população de Dois Irmãos transcendeu a cor da pele.” Tânia recorda que começou a sentir que a vitória estava próxima quando faltavam 15 dias para o pleito. “Os moradores começaram a ligar para o comitê atrás de adesivos e placas para colocar nas suas casas”, lembra. Na quinta-feira, Tânia reassumiu suas funções no posto de saúde do bairro Travessão. Ela tem dividido seu tempo com os filhos que moram com ela em Dois Irmãos. Pablo e Hohana cursam Biomedicina e Enfermagem, respectivamente, na Feevale. Além disso, trata com o vice-prefeito Jerri Adriani Meneghetti (PP) e assessores detalhes para a posse no dia 1° de janeiro de 2013. Popularidade impressiona - Natural de Novo Hamburgo, Tânia Terezinha da Silva desfruta de uma popularidade impressionante em Dois Irmãos, onde reside desde 1994. Durante um passeio pela Praça do Imigrante, um dos seus locais preferidos no município, onde residem 27 mil habitantes, a futura prefeita agradeceu aos moradores pela votação. “O cabelo é um sucesso, principalmente entre as crianças, que adoram tocar”, conta. Tanto entre os empresários quanto entre sindicalistas e a população, a expectativa é que a prefeita tenha um olhar igual para todos. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Dois Irmãos, Ademir Berlis, ressalta que Tânia já provou que sabe trabalhar e dar atenção à população, como já ocorreu na área da saúde. “Tomara que ela leve esse conceito para a administração pública, porque estamos cansados de gestores seguros demais”, observa. Segundo ele, a futura prefeita é uma pessoa humilde e de olhar diferenciado. Segundo Berlis, o povo de origem alemã é duro e conservador, muitas vezes, mas é hospitaleiro. “Teremos o governo de uma mulher competente, que alia seriedade e trabalho”, destaca Berlis. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos e Morro Reuter, Pedro Joãozinho Becker, diz que a entidade sempre defendeu uma maior participação da mulher na administração pública. “Demorou mais de cinco décadas para chegarmos a esse momento de uma mulher no comando da cidade. Estamos torcendo para a gestão dela ser um sucesso”, confidencia. Passeando na Praça do Imigrante, o aposentado Irineu Eich acredita que Tânia Terezinha terá uma atenção especial e mais humana “com pretos, brancos, pobres e ricos”. Nos dias de folga, a prefeita eleita gosta de se encontrar com amigos para a tradicional roda de chimarrão e um bate-papo. Igualmente não despreza uma boa música. É fã de Gilberto Gil, Alcione, Maria Bethânia e Gal Costa.
 
‘Respeita e sabe ouvir’ - Na Praça do Imigrante, em Dois Irmãos, um aposentado com um forte sotaque alemão observava com atenção os cumprimentos dos eleitores à futura prefeita e fez o seguinte comentário: “O povo alemão é duro, exigente, mas sabe reconhecer uma Schwarze Frau (mulher negra) que respeita as pessoas e sabe ouvir, o que é o caso da prefeita Tânia Terezinha”.
(Fonte: Cláudio Isaías / Correio do Povo)

Piso do magistério deverá ter aumento de 9%. Governo gaúcho resiste
 
Aproxima-se do fim a validade do discurso de que o reajuste do piso nacional do magistério é impagável. Depois de um ano de audiências públicas, o grupo de trabalho criado pela Câmara dos Deputados, integrado por parlamentares e entidades patronais e sindicais do magistério, apresentou uma proposta de nova fórmula para a correção da remuneração dos professores. Para encontrar uma alternativa de bom senso, o elevado índice custo/aluno do Fundeb, hoje em 22%, deverá ser substituído por um sistema que combina a soma do INPC, próximo de 5,5%, com 50% do crescimento anual do Fundeb, estimado em 3,5%. A equação aponta o reajuste de 9% do piso em 2013. Sobre o básico atual de R$ 1.451, haverá um acréscimo de R$ 130. O piso, então, será de R$ 1.581. A alternativa já está nas mãos do presidente da Câmara, Marco Maia(PT-RS). O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, receberá o documento formalmente nos próximos dias. Nos bastidores, o aval do Palácio do Planalto estaria confirmado. O governo Dilma Rousseff não concorda com a reposição apenas pela inflação, medida pelo INPC. O desafio, agora, é definir o melhor mecanismo para colocar o índice em prática. Entidades da educação defendem o envio de uma medida provisória pelo Executivo. Tão logo publicada pelo MEC, entraria em vigor. Maia lembra que a segunda opção é apresentar um substitutivo ao projeto de lei que está apto para votação, cujo texto prevê somente a correção do piso pelo INPC. Seja qual for o meio escolhido, o tempo é escasso: a alternativa precisa estar aprovada até o final de dezembro. Caso contrário, outro reajuste de 22%, definido pelas regras vigentes do custo/aluno do Fundeb, incidirá sobre o piso, tornando-o ainda mais distante para Estados financeiramente combalidos, caso do Rio Grande do Sul. — Conseguimos chegar a um entendimento razoável. São boas as chances de avanço — assegura Maia. Não resta dúvida de que o acordo poderá ser fundamental para o governador Tarso Genro cumprir a promessa de campanha de pagar o piso. A reação do Piratini ao acordo desperta curiosidade. Manterá o governo gaúcho a defesa da correção apenas pelo INPC, sem nenhum aumento real? Ou os 9%, inferiores aos reajustes já oferecidos a outras categorias, serão aceitos? — Esperamos que o Tarso reaja bem e recupere os princípios que fizeram dele um dos signatários da lei do piso — avalia Roberto Leão, membro do PT de São Paulo e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Secretário e adjuntos se escondem da categoria
 
O CPERS/Sindicato solicitou uma audiência com o governo para negociar as reivindicações dos funcionários de escola, mas o titular da Secretaria da Educação, Jose Clovis de Azevedo, e seus adjuntos optaram por não se reunir com a direção do sindicato.

Também fecharam, na manhã desta quinta-feira 01, as portas da Secretaria para impedir o acesso de qualquer membro da diretoria ou funcionário de escola presente no protesto. Isso demonstra que o governo não quer negociar.
 
O secretário, que até pouco tempo atrás escrevia teses condenando a falta de diálogo dos governos com a categoria e contra diversas mazelas que atacam os educadores e a educação pública, hoje defende essas práticas de forma escancarada.
CPERS/Sindicato não aceita nenhuma proposta de reajuste salarial que não contemple o conjunto da categoria, formada por professores e funcionários de escola. Para resolver a falta de funcionários na escola, a entidade cobra a imediata realização de concurso público.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Fotos: André Ávila


 
I  N  F  O  R  M  E  S

  

Imposto Sindical

 

A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB - e a Federação dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul – FESSERGS -, ajuizaram ação (001/1.09.0214821-8) postulando o desconto do “imposto sindical”, sendo que obtiveram liminar no processo.

O CPERS/Sindicato interviu na ação, conseguindo afastar o desconto dos membros do magistério e funcionários de escolas integrantes do Quadro de Servidores de Escola.

O processo permanece em discussão, não havendo decisão judicial final sobre a questão.

 
 

 

Empréstimos
 

Consultados sobre desconto no contracheque indicados como “empréstimo”, informamos que o mesmo é relativo à Ação 001/1.09.0213611-2, que a FESSERGS, como autora, considera não quitados.

Estes descontos não são decorrentes de cobrança do “imposto sindical”, eis que há rubrica própria para tal cobrança.
 

 

                                                                                  Diretoria do CPERS/Sindicato.
Já está disponível no portal da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional o calendário de pagamento de precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPVs) referentes a ações contra o INSS. Ao todo, serão depositados R$ 17 bilhões, referentes a 73.536 sentenças judiciais de 2011 a 2012. As indenizações têm valores superiores a 60 salários mínimos, isto é, R$ 37.320. Todas se referem a ações ganhas entre 2 de julho de 2011 e 29 de junho deste ano. A consulta pode ser feita por meio do endereço www.camara.gov.br/cmo. O segurado terá acesso ao valor a que tem direito e à data em que poderá sacar o dinheiro — que começará a ser pago em 2013. Para ter acesso aos valores e à data da liberação dos recursos será preciso digitar o número do protocolo do processo, o número do precatório, o órgão e o número do CPF do titular da ação. Segundo a consultoria técnica do deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), presidente da Comissão Mista de Orçamento, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) é o único que não está incluído na relação, pois não enviou os dados digitalizados. O objetivo de divulgar as informações na internet, segundo o deputado Paulo Pimenta, é garantir mais transparência e evitar que o segurado que entrou na Justiça, sem ideia de quando vai receber o montante, acabe sendo enganado por advogados antiéticos. Ou que ocorra a venda de precatórios por valores menores que os estimados.
 
Funcionários de escolas estaduais protestam na Capital

Portas da Secretaria de Educação foram fechadas para impedir que manifestantes ingressassem no prédio

 
Um grupo de 150 funcionários de escolas estaduais gaúchas realizou um protesto em frente à Secretaria de Educação, na Avenida Borges de Medeiros, no Centro da Capital, na manhã desta quinta-feira. Os manifestantes, que não foram recebidos pelo secretário, reivindicavam audiência para tratar de demandas trabalhistas. 
Segundo a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, além da criação de um piso para a categoria, os servidores querem novo plano de carreira, o pagamento de promoções atrasadas e a realização de novo concurso público. 
Os funcionários iniciaram a caminhada de protesto no Largo Zumbi dos Palmares, por volta das 9h, e seguiram para a Secretaria de Educação, onde ficaram ao menos uma hora sem ter a entrada autorizada pela segurança.
Fonte: Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba