terça-feira, 14 de agosto de 2012


Analistas tributários da Receita paralisam as atividades por 24 horas no Brasil

Agência Brasil

A conferência de bagagens em portos e aeroportos e o atendimento aos contribuintes nas unidades da Receita Federal estarão prejudicados nesta terça-feira (14). Os analistas tributários do órgão promovem uma paralisação de 24 horas em protesto pela demora do governo federal em discutir as reivindicações salariais.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), a categoria quer que o governo apresente, até o fim do mês, uma proposta de reajuste que reponha as perdas desde 2008, quando houve o último acordo com o governo. A entidade reclama que, nos últimos quatro anos, as correções estão abaixo da inflação acumulada no período e que a categoria está em 107º lugar na lista de salários pagos a analistas do Poder Executivo.

Durante todo o dia, eles promoverão manifestações na frente do Ministério da Fazenda e nos prédios da Receita Federal em cada cidade. Esta é a segunda paralisação promovida por servidores do ministério nos últimos dias. Na semana passada, os técnicos e analistas do Tesouro Nacional cruzaram os braços por dois dias e suspenderam as vendas de títulos do Tesouro Direto - programa que oferece papéis do governo a pessoas físicas pela internet.

Carreira de nível superior, os analistas tributários se juntam aos auditores fiscais da Receita Federal, que estão em operação-padrão desde 18 de junho. Encarregados de promover operações de fiscalização contra sonegações e contrabandos, os auditores reivindicam reajuste de 30,19%. A mobilização afeta a liberação de cargas em portos e aeroportos. Por meio da assessoria de imprensa, a Receita Federal informou que não comenta greves e paralisações.

Jornal do Comércio

Educadores irão acompanhar votação de projeto pela Assembleia Legislativa

Educadores da rede estadual irão acompanhar na tarde de terça-feira (14), na Assembleia Legislativa, em porto Alegre, a votação do Projeto de Lei que garante a inclusão de todos os funcionários de escola no Plano de Carreira.

Negociado com o governo do estado em 2011, a inclusão até o momento não foi concretizada. O governo encaminhou um projeto ao Legislativo, mas mantinha 205 profissionais que atuam em escolas - alguns há mais de 20 anos, fora do Plano.

Depois de uma série de discussões na Comissão de Finanças, na terça-feira da semana passada, o projeto estava pronto para ser votado, mas a pedido do líder do governo acabou retirado da pauta. Segundo o deputado Valdeci Oliveira (PT), o governo apresentaria um substitutivo.


Ao tomar conhecimento da retirada, o CPERS/Sindicato imediatamente solicitou uma audiência com a Casa Civil para conhecer o conteúdo do substitutivo. Mas como tem sido prática desde o final de 2011, o governo não agendou reunião com a entidade representativa dos educadores.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

PROPOSTAS APROVADAS NO CONSELHO GERAL DE  10/08/2012.
1.      Continuidade da Campanha de denúncia:

→ pelo não cumprimento da Lei do Piso (como básico do Plano de Carreira) e da promessa de Lei Estadual do Piso para funcionários de escola (como básico do Plano de Carreira);

→ataque aos direitos dos educadores;

→desmonte da educação pública (reforma do ensino médio, contratos, privatizações, transferência de gestão).

2.      Dia 14/08 – Pressão em Porto Alegre pela votação do Projeto que inclui todos os funcionários no Plano de Carreira.

Chegada às 13horas. 

3.      Dia 24/08 – Ato em Porto Alegre.

Divulgação da Pesquisa da Saúde do Trabalhador.

4.      Conferência de Educação do CPERS/Sindicato. (Critérios em anexo)

5.      VIII Conferencia Nacional de Educação da CNTE: 19 à 21/09/2012, em Recife/PE. (os delegados foram eleitos no Conselho Geral)

6.       Participação na Marcha da CNTE: - 1 (um) ônibus.

7.      Solidariedade e participação na luta dos Servidores Federais.

(educação e demais setores)

8.      Realização de concurso público para funcionários de escola, já.

9.      Exigir a efetivação das promoções na carreira dos funcionários de escola.

10.  Reforças a luta pela criação do piso nacional dos funcionários de escola.

11.  Continuar a pressão pela aprovação do projeto que inclui todos os funcionários de escola no Plano de Carreira, com participação do todos no dia da votação na Assembleia legislativa.

12.  Exigir a mudança da lei do vale-refeição para vale-alimentação.

13.  Isenção do pagamento na inscrição para concurso público. 

Conselho Geral do CPERS/Sindicato.

POA, 13/08/2012.

Conselho Geral aprova campanha de denúncia e calendário de mobilização

Reunido no último dia 10, o Conselho Geral do CPERS/Sindicato aprovou a realização de uma campanha de denúncia pelo não cumprimento da lei do piso como vencimento básico do Plano de Carreira e da promessa feita pelo governador de criar lei estadual para o pagamento do piso para funcionários de escola, também como vencimento básico da carreira.

A campanha também denunciará os ataques aos direitos dos educadores e o desmonte da educação pública, com a reforma do ensino médio, contratos emergenciais, privatizações e transferência de gestão.

Na terça-feira, dia 14, a categoria irá pressionar a Assembleia Legislativa para que vote o Projeto de Lei que inclui todos os funcionários de escola no Plano de Carreira. A concentração, junto ao Legislativo gaúcho, começa às 13 horas.

O Conselho também aprovou a realização de um ato público no próximo dia 24, em Porto Alegre. Neste mesmo dia será divulgado o resultado de uma pesquisa sobre a saúde do trabalhador na educação.

Outros pontos aprovados: realização da Conferência Estadual de Educação, dias 19 e 20 de outubro, no Hotel Embaixador, na capital; participação na Conferência Nacional de Educação da CNTE (os delegados foram eleitos no Conselho); participação com um ônibus na Marcha Nacional da CNTE; solidariedade e participação na luta dos servidores federais da educação e demais setores; realização de concurso público para funcionários de escola; exigir a efetivação das promoções na carreira dos funcionários de escola; reforçar a luta pela criação do piso nacional dos funcionários de escola; continuar a pressão pela aprovação do projeto que inclui todos os funcionários no Plano de Carreira; exigir a mudança da lei do vale-refeição para vale-alimentação; e isenção de pagamento na inscrição para concurso público.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Escoliose pode ser observada em sala
de aula

Na adolescência, o desenvolvimento da estrutura óssea e muscular evidencia o desvio de coluna

O desvio da coluna para a direita ou para a esquerda, formando um "S" ou "C", pode não apresentar sintomas, além de um desvio postural. Por isso, se o professor observa a postura errada das crianças nas aulas, pode ajudar a identificar problemas na coluna antes que eles se agravem.

— O primeiro olhar é o do educador, que convive com o aluno no período escolar e percebe que tem algo diferente na postura dele. Esse diagnóstico é essencial para evitar que o paciente venha ao consultório com a escoliose em nível de cirurgia — observa o médico cirurgião ortopedista, Aldemar Roberto Mieres Rios.

O professor de educação física Wolmar Pinheiro Neto notou algo diferente em um dos seus alunos da 5ª série.

— Observei que a aluna tinha um ombro mais alto do que o outro e logo constatei um desvio postural — comenta Neto.

Esse foi apenas o primeiro caso de uma série de outros que passariam pelo docente: estudantes com escoliose idiopática. A observação de Neto foi importante para que a aluna tivesse uma vida saudável. Ao perceber algo errado, o professor alertou a família e sugeriu que avaliassem a situação com especialistas.

— A escoliose pode aparecer em qualquer idade. Temos que estar atentos, principalmente no período da adolescência, pois o desenvolvimento da estrutura óssea e muscular evidencia esse desvio — explica o educador.

Escoliose idiopática
De acordo com o médico Aldemar Rios, as observações do professor são as mais comuns: diferença na altura dos ombros e do quadril e a presença de gibosidades, formando um aspecto "corcunda".

A escoliose idiopática é a manifestação de uma doença que pode acometer jovens em idade escolar, dividindo-se em infantil (zero a quatro anos), juvenil (cinco a nove anos) e em adolescentes (10 a 16 anos). A causa da deformidade é desconhecida, embora 30% dos pacientes tenham histórico de algum caso na família, segundo a Sociedade de Pesquisa em Escoliose.

Meninas costumam apresentar pelo menos o dobro de diagnósticos a mais do que o público masculino. No entanto, o índice é alarmante para ambos os gêneros.

— A progressão da escoliose pode ocasionar problemas de insuficiência respiratória e cardíaca, pois o pulmão e o coração são comprimidos pela diminuição do tórax — explica Rios.

Ainda de acordo com o ortopedista, a coluna é prejudicada pelo desgaste precoce dos discos intervertebrais, causando hérnias e outras complicações no futuro, além dos problemas estéticos.

Atenção no período escolar
O tratamento depende do momento em que o paciente chega ao consultório. Casos com 10 a 25 graus precisam de acompanhamento clínico para evitar o índice de progressão. Índices maiores, que podem até ultrapassar 100 graus, são encaminhados para procedimentos mais sensíveis, como cirurgias. Por isso, a atenção ao desenvolvimento da criança e do adolescente se torna essencial durante o período escolar.

— É muito difícil prevenir a escoliose. O ideal é fazermos um diagnóstico precoce, evitando futuras deformidades graves, que são de complicado tratamento. O olhar de professores, da família e das pessoas próximas ao paciente nunca será demais para evitar esse problema tão comum e tão grave — alerta o médico.
Bem Estar

Servidores farão acampamento de greve em Brasília

Agência Estado

Para pressionar o governo, servidores púbicos de todo o País realizam a partir de terça-feira (14) o acampamento de greve. O ato deve concentrar as categorias, algumas paralisadas a mais de dois meses, em vigília em frente à Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal até sexta-feira.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), cujas categorias de base representam 80% de todos os servidores do Executivo federal, espera que 10 mil servidores participem do acampamento durante esta semana. Os grevistas pretendem realizar uma série de atos em frente aos ministérios para pressionar o governo e engajar a população à causa.

Nesta segunda-feira o governo afirmou que fará novas rodadas de negociação com os servidores em greve para discutir propostas com cada categoria, em separado, até sexta-feira. O assunto foi discutido durante reunião entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto. Além da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, estiveram presentes os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

O governo já iniciou o agendamento de algumas reuniões de negociação. Na terça-feira devem ocorrer duas reuniões. Pela manhã a pauta será a Lei 12.277 de 2010, que cria uma tabela salarial diferenciada para cinco cargos de nível superior do Executivo: estatístico, engenheiro, geólogo, economista e Arquiteto. De acordo com o diretor executivo da Condsef, Sérgio Ronaldo, ao menos 18 categorias de base da confederação têm interesse direto nesta primeira reunião.

No período da tarde representantes do Ministério do Planejamento devem se reunir com servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O Incra está em greve em todos os Estados e representa 26 categorias de base com os demais funcionários da área agrária.

Sangue como protesto - Também na terça-feira os policiais federais do estado de São Paulo programam uma doação de sangue coletiva. O movimento deve ter início às 10h no Hemocentro do Hospital das Clínicas, na zona sul da capital paulista. A categoria disse por meio do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal (Sindpolf-SP), que o ato representa simbolicamente que a PF, apesar de todos os problemas estruturais enfrentados, tem como objetivo servir bem a população.

Nos demais estados do País, os sindicatos planejam atos individualmente, segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink. Durante a semana alguns estados voltarão a ter operação padrão, mas as datas ainda não foram divulgadas. A categoria se reúne com o governo na quarta-feira.

Já os docentes das universidades federais, em greve desde maio, também integrarão a série de protestos que devem acontecer nesta semana em Brasília. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), a categoria realizará uma marcha na quarta-feira.

O grupo também busca a reabertura do diálogo depois que o governo afirmou ter encerrado as negociações, enquanto estuda propostas para os demais servidores do País. O Comando Nacional de Greve dos Estudantes (CNGE) se juntará nos protestos. Os professores pedem reestruturação da carreira como ponto principal da pauta de reivindicação.

Jornal do Comércio
Endometriose atinge uma a cada dez mulheres
Jessica Gustafson, de São Paulo 

A cólica menstrual é conhecida por praticamente todas as mulheres que estão em idade fértil. Por se tratar de um sintoma comum, muitas acabam não investigando um dos principais sinais da endometriose - doença que afeta uma a cada dez mulheres e que pode ter consequências graves, como a perda da fertilidade. Além da falta de informação, existem poucas opções de tratamento, sendo o mais comum a cirurgia para retirar as áreas mais afetadas.

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) com cinco mil mulheres acima de 18 anos mostrou que a maioria delas, em torno de 55%, não conhece os principais sintomas da enfermidade e nem como é feito o diagnóstico. O método mais eficaz atualmente para descobrir sua existência no útero é a laparoscopia.

“Fortes dores abdominais e pélvicas e desconforto durante o ato sexual podem ser indicadores da doença. A maioria das mulheres acaba tendo que se afastar com frequência do trabalho e do estudo devido à dor. Além disso, existem estudos que mostram a sua relação com problemas autoimunes e câncer”, explica o presidente da SBE, Maurício Simões Abrão. De acordo com ele, algumas pesquisas já relatavam queixas de mulheres sobre essas dores em 1739, contudo, apenas nas últimas duas décadas é que os estudos têm se intensificado. Hoje, este é o segmento mais analisado na área da ginecologia.

A endometriose, que se caracteriza pelo acúmulo de sangue menstrual na cavidade do abdômen e do útero, não tem cura, mas pode ser atenuada. Um dos principais problemas é o diagnóstico tardio, que acontece, em média, sete anos depois do seu surgimento. “As mulheres acham que os sintomas são normais e os médicos acabam não realizando exames específicos. Tanto as pacientes quanto os profissionais da saúde precisam de mais informação”, acredita Abrão. De acordo com ele, os medicamentos utilizados têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida da mulher, pois, segundo a pesquisa, ela gera 38% de perda na produtividade no trabalho.

Francisco Carmona, chefe do Serviço de Ginecologia na Clínica e Hospital Barcelona, na Espanha, afirma que é preciso um novo olhar sobre a endometriose, no qual os médicos se preocupem mais com o bem-estar da mulher e com o controle da reincidência da doença. “Todos os sintomas causam sofrimentos físicos e psicológicos. Os diversos tratamentos existentes não combatem o reaparecimento. A perda da saúde sexual também deve ser considerada, pois isso causa angústia e ansiedade”, ressalta. Segundo ele, as pacientes acabam ficando com uma imagem negativa de si mesmas, o que pode levar à depressão.

De acordo com Carmona, o método mais comum de controle é a cirurgia. Entretanto, após três anos, a paciente retorna ao consultório com o mesmo problema. Para ele, a indústria precisa investir em medicamentos que possibilitem uma vida normal para essas mulheres. “A melhora da qualidade de vida se faz necessária, pois a endometriose pode aparecer desde a primeira menstruação e durar até a última.”

Maioria dos tratamentos é ineficaz para a dor

A principal dificuldade das pacientes com endometriose é encontrar tratamentos eficazes para o controle da doença e que, além disso, não provoquem fortes efeitos colaterais. Alguns médicos optam pela cirurgia. No entanto, nem sempre ela é recomendada.

“A cirurgia é importante, mas o número de procedimentos precisa ser reduzido. Em média, uma mulher que tem a enfermidade faz três ou mais cirurgias durante sua vida fértil”, explica o ginecologista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Carlos Alberto Petta. De acordo com ele, os outros medicamentos também apresentam efeitos colaterais graves por serem desenvolvidos a base de hormônios. Uma das drogas mais comuns induz à menopausa da mulher para que os problemas com a menstruação acabem. Contudo, tem um efeito colateral: leva a uma forte perda óssea.

Segundo Petta, sempre que um novo remédio para endometriose é lançado, a discussão sobre a doença precisa ser retomada. Desta forma, a Bayer Health Care Pharmaceuticals convocou especialistas na área da ginecologia para discutir os benefícios do seu novo medicamento, o Allurene, além de divulgar os dados do estudo da SBE.

De acordo com a empresa, este é o primeiro tratamento de longo prazo via oral e desenvolvido especificamente para aliviar a dor da endometriose. Para o lançamento, a Bayer fez uma pesquisa, durante um ano, para comprovar os benefícios da fórmula. Os resultados mostraram que, passados 15 meses, ele reduz consideravelmente o desconforto pélvico.

“Os antigos remédios não permitiam o uso contínuo que o Allurene possibilita. O último lançamento de um medicamento para a endometriose tinha sido há 25 anos. O mercado ficou parado por todo esse tempo”, lembra Thomas Faustman, chefe da Área Global para Assuntos da Mulher da Bayer.

Jornal do Comércio

Seminário discute e condena o Acordo Coletivo Especial
Apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e apoiado por federações empresariais como a FIESP e a FIERGS, o Acordo Coletivo Especial (ACE) foi discutido e combatido em seminário realizado na tarde desta sexta-feira 10, na sede do CPERS/Sindicato, em Porto Alegre.
O encontro foi promovido pela CSP/Conlutas, a CUT Pode Mais, Articulação de Esquerda Sindical e pela regional Sul da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação.
Tida como revolucionária nas relações de trabalho por seus idealizadores, na prática, a proposta estabelece que o negociado prevalece sobre o legislado, com a negociação se dando em cada empresa. No “chão da fábrica”, sem a intervenção do sindicato, os trabalhadores estariam fragilizados e, assim, mais propensos a aceitar acordos que poderiam ferir a legislação.
Entre os pontos ameaçados pelo ACE estão as férias e o adicional de um terço, o aviso prévio e o pagamento de insalubridade e periculosidade.
A flexibilização da legislação trabalhista invariavelmente traz prejuízos para a classe trabalhadora. É o caso da Espanha, onde o desemprego simplesmente dobrou. Na América Latina, em países como Argentina, Chile e Colômbia, o índice de desemprego supera a casa dos 20%.
A crise enfrentada pelo capital é similar a dos anos 30 do século passado e tem entre suas consequências as elevadas taxas de desemprego e a redução de salários. Neste cenário, as empresas não admitem ver os seus lucros reduzidos.


Embora “velha”, a legislação trabalhista brasileira ainda permite avanços superiores ao legislado nas negociações coletivas. Desta forma, a flexibilização desejada pelas empresas possibilitará o fechamento de acordos inferiores ao que a legislação determina.

No seminário foi denunciado que o acordo gestado no ABC paulista atende uma solicitação da Confederação Nacional da Indústria à presidência da República.

Sem condições políticas para apresentar um projeto com esse viés, a presidente Dilma Roussef optou por transferir a tarefa para o presidente da Câmara, o deputado Marco Maia (PT-RS). Para viabilizar a proposta, Maia buscou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

No Rio Grande do Sul, o ACE, onde a proposta não tem sido discutida com as bases das diferentes categorias profissionais, o ACE foi recentemente apresentado ao grupo RBS e à FIERGS pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

O seminário também apontou a necessidade de unidade dos setores público e privado contra a medida. Projetos aprovados inicialmente para a iniciativa privada foram, mais tarde, estendidos aos servidores públicos. A reforma da previdência é um exemplo.

A precarização nas relações de trabalho existentes no setor privado, também existe no setor público, que nos últimos anos tem convivido com o aumento do número de contratos emergenciais.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Fotos: André Ávila

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Funcionários: projeto de inclusão é retirado da pauta a pedido do governo

O projeto que trata da inclusão dos funcionários de escola no Plano de Carreira, bem como a emenda aprovada pela Comissão de Finanças que garantia a inclusão de todos, seria votado pela Assembleia Legislativa na terça-feira 7. A pedido do governo, acabou retirado da pauta.

O Piratini informou que apresentaria um substitutivo. A direção do CPERS/Sindicato, no mesmo dia, solicitou uma audiência com o governo para tratar do tema e conhecer o substitutivo.

Mas como tem sido recorrente o governo encaminhar projetos sem negociar com o sindicato, o CPERS/Sindicato decidiu chamar a categoria para uma mobilização na próxima terça-feira 14, em Porto Alegre.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

IPE volta a ter atendimento no Tudo Fácil

O Sinapers teve hoje, 8 de agosto, mais uma conquista em nome dos aposentados e pensionistas do Estado: a volta do atendimento do IPE no Tudo Fácil. Essa era uma antiga reivindicação do sindicato, desde que foi desativado, em novembro de 2008.

O espaço destinado ao IPE foi inaugurado hoje pela manhã e contou com a presença do presidente do IPE, Valter Morigi, do secretário de Planejamento, João Motta, do secretário adjunto da Administração e dos Recursos Humanos (SARH) Leonardo Kauer, e da presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PPDs e PPAHs (Faders), Marli Conzatti. Do Sinapers estavam presentes a presidente Ilma Moraes, a diretora Katia Terraciano e funcionárias.

A presidente do Sinapers, Ilma Moraes, parabenizou o IPE por seus 81 anos e agradeceu o instituto pela concretização desta solicitação. “O retorno do serviço na sede do Tudo Fácil em área central da cidade, qualificará ainda mais o atendimento aos usuários do IPE. A acessibilidade total a pessoas com deficiência também é muito importante, já que nossos associados são em grande maioria pessoas idosas”, salientou Ilma.

Segundo o presidente do IPE, Valter Morigi, a estimativa é que sejam atendidas cerca de 5 mil pessoas por dia. "Temos certeza que este retorno ao Tudo Fácil vai facilitar o atendimento aos usuários com agilidade nas demandas e especialmente garantindo o acesso para quem necessita de equipamentos especiais", destacou Morigi.

Entre as principais demandas de atendimento estão: a renovação de carteira, concessão, renovação e restabelecimento de pensões, autorização de procedimentos médicos de consultório, encaminhamento de reembolso, segunda via de contracheque para pensionistas, adesão ao PAC/Pames e inclusão de dependentes e segunda via de documentos para optantes. Apenas os serviços de perícia médica continuarão sendo feitos exclusivamente no edifício-sede do Instituto (Borges de Medeiros, 1945).
O espaço IPE no Tudo Fácil conta com cinco guichês de atendimento e funciona na Av. Borges de Medeiros, 521.
Site: IPERGS
Múltiplos instrumentos podem aperfeiçoar o processo de avaliação escolar

A avaliação escolar é, antes de tudo, um processo que tem como objetivo permitir ao professor e à escola acompanhar o desempenho do aluno, diz a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Clarilza Prado de Souza. E como tal, não deve ser pontual, eventual e realizada somente no final de um período escolar. “Como processo, ela deve permitir acompanhar o aluno no seu cotidiano na escola, identificando seus progressos e retrocessos, suas dificuldades e facilidades”, justifica.

Coordenadora do Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade da Fundação Carlos Chagas, Clarilza acredita que a avaliação escolar, assim concebida, permite ao professor um retorno constante da adequação das atividades realizadas em classe e do desempenho do aluno. Para ela, a avaliação é de fundamental importância para garantir ao professor o direcionamento de suas atividades em sala de aula. “Sem uma avaliação escolar bem planejada e bem desenvolvida o professor desenvolve suas atividades às cegas, apenas na intuição e o aluno não tem parâmetros seguros para orientar seu comportamento, seus estudos e toda sua vida escolar”, diz.

Segundo Clarilza, a avaliação não só orienta o professor no desenvolvimento do ensino, como também o aluno em relação a seu comportamento e seu processo de aprendizagem. Em sua opinião, o professor e a escola devem e podem utilizar múltiplos instrumentos na avaliação escolar, que vão garantir maior confiança nos resultados. De acordo com ela, o constante contato com o aluno e a observação direta permitem o uso de instrumentos variados para analisar facetas diferenciadas do desempenho do aluno, favorecendo orientações para a tomada de decisão. O professor pode usar ferramentas como roteiros de observação do caderno, seminários de classe, portifólios, questionários, bem como a aplicação dos testes.

Para a professora, os modelos de avaliação do processo ensino-aprendizagem do aluno, que são inúmeros, devem ser construídos e adaptados em cada escola. No entanto, acredita, todos devem apresentar condições de oferecer uma avaliação que seja diagnóstica do aluno; dos processos de aprendizagem que o aluno está percorrendo; dos procedimentos e estratégias apresentadas pelos professor; e dos resultados que estão sendo obtidos pelo aluno em classe e na escola.

Graduada em psicologia pela PUC/SP, com mestrado e doutorado em educação na mesma instituição e pós-doutorado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, na França, e na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Clarilza entende que o aluno é o ponto mais importante a ser levado em consideração pelo professor, em um processo de avaliação.

“Meus alunos estão aprendendo? O que estão aprendendo? Por que não estão aprendendo? Quais os pontos em que eles apresentam maior dificuldades? O que posso fazer para que os alunos adquiram as aprendizagens fundamentais? Por que essas estratégias de ensino não estão dando certo?” são algumas das perguntas que Clarilza acredita devam ser formuladas pelos professores. “Quando estou interessada nas respostas a questões como estas devo realizar um processo de avaliação e, com certeza, ele poderá oferecer bons elementos para orientar sua prática”.

A professora, que desenvolve pesquisas, ministra cursos e atua principalmente nas áreas de avaliação de sistemas, instituições, planos e programas educacionais, além de avaliação de desempenho docente, diz que uma boa avaliação pode e deve ajudar o aluno e o professor a identificar as dificuldades.
Portal do professor
Empresas rejeitam uso da multa do FGTS em fundo de emprego no RS

Clarisse de Freitas

A proposta de criação de um fundo anticrise voltado à manutenção do emprego nas empresas que enfrentam dificuldades econômicas, apresentada na segunda-feira ao ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, por representantes de cinco centrais sindicais, soou positiva a empresários gaúchos. Os líderes empresariais não concordam, porém, com a fonte de recursos sugerida pelos sindicalistas e pedem que a ideia passe por uma ampla negociação.

A sugestão, ratificada pela Central Única dos Trabalhadores, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores, Nova Central Sindical e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, é que seja mantida a cobrança adicional de 10% na multa sobre o saldo do FGTS (paga pela empresa que demite sem justa causa). Essa ampliação da multa, de 40% para 50%, está em vigor desde 2001 e foi feita para arrecadar recursos para financiar o pagamento dos expurgos dos planos Verão (1989) e Collor 1 (1990).

De acordo com a mudança aprovada no Senado há 11 anos, a multa voltaria ao patamar original ainda nesse ano, mas as centrais sindicais sugerem que os 10% adicionais sejam mantidos e direcionados ao Programa Nacional de Estabilização e Manutenção de Empregos no Setor Privado (Pneme). Esses recursos poderiam ser acessados em situações como a da GM, que pretende fechar uma linha de produção no País e demitir 1,5 mil trabalhadores. Segundo os sindicalistas, o fundo poderia arrecadar R$ 3 bilhões ao ano.

O presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado (Federasul), Ricardo Russowsky, acredita que a medida proposta pelas centrais sindicais é positiva. “Ela ajuda a irrigar a economia com recursos que hoje estão parados, além de não onerar as contas públicas.” Entretanto, o dirigente entende que só seria eficaz em conjunto com outras ações de apoio, como a redução de juros e a promoção do desenvolvimento da competitividade das empresas. Além disso, Russowsky aponta para a necessidade de estabelecer os parâmetros pelos quais um determinado segmento econômico seria beneficiado. “O desemprego em um setor que tem mais perda de postos de trabalho é mais importante do que outro que tem menos? Não podemos criar escolhas arbitrárias, pois corremos o risco de direcionar recursos para quem chorar mais rápido.”

Para Vitor Augusto Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), a ideia de criar um fundo anticrise é válida, mas é inaceitável que os recursos sejam cobrados de apenas uma parte. “A iniciativa é muito válida e inteligente, evitar que haja demissão significativa é evitar o comprometimento da economia, mas tirar os recursos dos 10% a mais de multa, criados numa situação emergencial, não é justo. O ideal talvez fosse dar uma parcela ao empresário e outra ao trabalhador, talvez de 2% para cada, mas essa composição precisa ser bem estudada e avaliada” defendeu.

Já o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), Ivo Cansan, lembrou que a proposta não convence os empresários de seus potenciais benefícios. Ele explica que, quando contrata, o gestor estima os custos e os aloca de alguma forma nos preços dos produtos e, com mais uma despesa, os recursos para o fundo anticrise deixariam os produtos e serviços mais caros. “Nesse momento, com estabilidade econômica, o País deveria pensar em eliminar impostos e custos, não em seguir cobrando taxas. Isso não faz bem nem à produção nem ao consumo, pois deixa as empresas mais pesadas e sem capacidade de competir internacionalmente. Se o pedido fosse para que houvesse uma discussão ampla, com a participação do governo, das centrais sindicais, da indústria, do comércio, dos serviços e dos demais setores produtivos, até concordaria em debater”, ponderou.

JC